Apesar de não ter vencido as legislativas de 2025, o Chega alcançou o melhor resultado da sua história, posicionando-se como a segunda força política no Parlamento. André Ventura, líder do partido, afirmou que o Chega “tem de estar preparado para governar” e anunciou que será apresentado em breve um “governo sombra”.
“Os governos caem. Quando este cair, o Chega estará pronto para assumir”, declarou numa entrevista à TVI/CNN. Ainda assim, defendeu que a legislatura deve cumprir os quatro anos previstos, com novas eleições apenas em 2029.
Um dos temas centrais para o líder do Chega é a revisão constitucional, agora mais próxima com a maioria da direita. Ventura quer avançar com alterações que reduzam o número de deputados e reformem o sistema judicial, garantindo que “teremos revisão constitucional sem o PS” e sublinhando a necessidade de “despolitizar o Estado”.
PUBLICIDADE
Sobre o caso Spinumviva – empresa ligada à família de Luís Montenegro e cuja polémica precipitou a queda do anterior Governo –, Ventura foi claro: “É perigoso criarmos a ideia de que as urnas absolvem ou condenam alguém”.
Durante a campanha, um episódio de saúde levou Ventura duas vezes ao hospital. O incidente ocorreu num jantar-comício em Tavira, onde o líder partidário relatou ter sentido uma forte queimadura interna após beber água. “Pensei que tinha sido envenenado”, confessou, embora reconheça que tal hipótese seja remota.
Relativamente à comunidade cigana, Ventura reafirmou que não pretende retirar direitos, mas exige igualdade. “Temos de construir casas para todos, não apenas para ciganos. Há municípios que, por receio, lhes dão tudo”, criticou. Reforçou ainda: “Os ciganos não podem ter mais direitos do que os outros. Quero que todos tenham os mesmos direitos e deveres”.
Apesar das críticas frequentes, assegura: “Nada me move contra a etnia cigana”.
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE