Política

André Ventura desafia Luís Montenegro a ir “a jogo” na revisão constitucional

Notícias de Coimbra com Lusa | 2 anos atrás em 12-09-2022

O presidente do Chega, André Ventura, desafiou hoje o líder do PSD, Luís Montenegro, a ir “a jogo” no processo de revisão constitucional, cuja proposta o partido pretende entregar no parlamento ainda esta semana.

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“O que eu espero do PSD de Montenegro é que não faça o que o Rui Rio fez, que é acantonar-se atrás do PS, e que venha a jogo mesmo que seja para criticar”, desafiou, em declarações aos jornalistas, André Ventura no final das jornadas do partido precisamente dedicadas ao processo da revisão constitucional.

O presidente do Chega afirmou que, “numa sociedade em que a direita se quer reorganizar para poder ser Governo, estes sinais têm que começar a ser dados”, dizendo aos jornalistas que ainda não falou com Luís Montenegro sobre a questão da revisão constitucional, mas que espera “falar ainda hoje”.

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André Ventura, que pretende dar entrada “ainda esta semana” no parlamento do projeto do Chega para iniciar este processo, sugeriu parecer que “o PSD não quer nenhuma revisão constitucional” e que portanto “mais vale assumir isso”.

“A verdade há de vir ao de cima sobre as negociações que houve em 2020. Ficou claro que o PSD não se juntou à revisão do Chega porque ia apresentar a sua própria revisão. Isso foi-nos dito a nós”, disse aos jornalistas, considerando que essa “não foi uma garantia de Rui Rio, foi uma garantia do PSD” porque “os líderes passam e os partidos ficam”.

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O Chega, de acordo com o seu líder, não quer que o PSD aceite o texto do partido para a revisão constitucional porque “certamente tem outras propostas”.

“Mas tem aqui uma boa base. Como sabem agora abre-se um processo de 30 dias, em que os outros partidos apresentam alterações”, afirmou.

Ventura anunciou que já na terça-feira pedirá uma reunião com o Presidente da Assembleia da República para informar “da entrada deste projeto para se poder “definir os prazos e os timings em que agora tudo isto se vai desenvolver para que os outros partidos possam participar”, sem “prejudicar os trabalhos da Assembleia da República, muito menos o novo Orçamento do Estado”, manifestando “toda a abertura para agilizar os prazos em harmonia com o parlamento”.

O presidente do Chega disse ainda aos jornalistas que pretende integrar algumas “melhorias e propostas” que os convidados e especialistas presentes nas jornadas parlamentares fizeram em relação ao texto do partido “em matéria de impedimentos, de reforma da justiça penal, de ambiente ou de proteção ambiental”.

“Toda a gente sabe que nós defendemos a prisão perpétua e a castração química, mas se é isso que pomos na revisão constitucional ficamos a falar sozinhos porque mais ninguém quer falar sobre isso portanto há aqui muitos outros aspetos que também são importantes”, explicou.

Se aquilo que ficar determinado pelos restantes partidos é que é “preciso rever a Constituição”, Ventura garantiu que “certamente que o Chega também terá abertura para até retirar alguns elementos que os outros partidos não aceitem”, mas recusou abrir mão da prisão perpétua e da castração química “porque isso é um pouco identidade do projeto” do Chega.

A semana passada, em entrevista ao Público e à Renascença, o presidente do PSD afirmou que a revisão constitucional e a reforma eleitoral “não são prioridades”.

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