Enquanto a maioria das crianças prepara longas listas de brinquedos, o pequeno André, de apenas oito anos, surpreende pela simplicidade, e profundidade, do seu pedido de Natal. Diagnosticado este ano com a doença rara Legg-Calvé-Perthes, o menino só quer uma coisa: “Pedi para ficar melhor”, confessa.
A vida de André mudou radicalmente desde junho, quando a família recebeu o diagnóstico que pôs fim a meses de incerteza. As primeiras queixas surgiram quando ele tinha seis anos; dificuldades em andar e dores frequentes foram inicialmente atribuídas a “dores de crescimento”. No entanto, o agravamento dos sintomas levou finalmente à descoberta da doença que afeta o osso da anca e limita severamente a sua mobilidade, avança o Programa “Dois às dez”.
Há cerca de um mês, André foi submetido à primeira cirurgia, da qual resultaram ferros visíveis na perna, algo que, admite, ainda o deixa desconfortável. A mãe, Maria, descreve o impacto emocional desses dias: “Ver ferros a sair da perna de um filho de oito anos é algo que nenhum pai está preparado para enfrentar.”
PUBLICIDADE
Graças à ajuda de uma angariação de fundos, a família conseguiu avançar com o tratamento. A próxima etapa está marcada para abril, quando André voltará ao bloco operatório para retirar os ferros e receber um tratamento adicional destinado a melhorar a circulação e o desenvolvimento dos tendões.
O caminho é longo e nem todas as notícias foram fáceis de aceitar. Maria já explicou ao filho que o sonho de se tornar jogador de futebol não será possível. Mesmo assim, não perde a esperança de que André possa recuperar parte da sua liberdade: “Se tudo correr como previsto, poderá fazer uma vida praticamente normal.”
Neste Natal, longe dos presentes habituais, André espera apenas poder voltar a ser criança, correr, brincar e viver sem o peso diário da dor. E é esse pedido simples e sincero que tem emocionado todos os que acompanham a sua história.
PUBLICIDADE
