Uma análise genética de uma amostra de sangue pode ser suficiente para detetar a doença de Parkinson antes do aparecimento dos primeiros sintomas, de acordo com um estudo espanhol noticiado na segunda-feira pela EFE.
“Os biomarcadores sanguíneos (moléculas no sangue indicadoras do estado de saúde) representam um método altamente conveniente e minimamente invasivo para melhorar o diagnóstico da doença de Parkinson (DP), especialmente em fases precoces” refere o estudo publicado na revista científica Neurotherapeutics.
O estudo analisou mudanças na expressão genética, ou seja, em como os genes funcionam dentro das células.
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Durante a pesquisa, foram analisadas amostras de sangue de 23 pacientes com Parkinson recém-diagnosticados e sem tratamento, comparando-os com as de 16 pessoas saudáveis de idade e sexo semelhantes, para identificar diferenças relacionadas à doença.
O estudo resultou na identificação de 22 genes alterados em pacientes com Parkinson que ainda não tinham recebido tratamento para a doença.
Esses genes também foram registados em utentes saudáveis, mas não foram observadas alterações, segundos os cientistas do Instituto de Neurociências, um centro conjunto do Conselho Superior de Investigação Científica (CSIC), em Madrid e da Universidade Miguel Hernández (UMH), em Elche.
“Estas alterações não são observadas em doentes saudáveis”, disse a investigadora do CSIC, que liderou as análises sanguíneas Marina Guillot.
Guillot indicou que os resultados obtidos com os genes podem ser bons marcadores para o diagnóstico de Parkinson.
O CSIC acrescentou que a ferramenta contribuiu também para uma melhor monitorização da doença.
A nova ferramenta está indisponível para uso clínico, mas o método permite uma “deteção mais fácil e precoce” da doença de Parkinson, segundo um comunicado do CSIC divulgado na segunda-feira.
O investigador da UMH Jorge Manzanares disse que o início e o desenvolvimento da doença ainda não estão identificados e que os tratamentos atuais são limitados.
“O início e a progressão da doença de Parkinson ainda não estão totalmente esclarecidos, e os tratamentos atuais têm efeitos limitados”, disse o investigador, destacando que o novo método contribuirá para o desenvolvimento de terapias mais eficazes e personalizadas no futuro.
A doença de Parkinson afeta quase 12 milhões de pessoas em todo o mundo, sendo a doença neurodegenerativa mais comum e uma das principais causas de incapacidade neurológica.
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