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Ana e Daniel são irmãos, têm 2 filhos e querem casar

NOTÍCIAS DE COIMBRA | 1 hora atrás em 10-10-2025

Dois irmãos espanhóis, Ana e Daniel Parra, tornaram-se pais de dois filhos e agora enfrentam uma batalha para oficializar o seu casamento, desafiando normas sociais e legais.

A história de amor está a dividir opiniões nas redes sociais e a reacender debates sobre limites de consanguinidade e liberdade afetiva.

Tudo começou de forma inusitada. Ana, aos 20 anos, descobriu que o pai biológico, que a abandonou quando era bebé, tinha formado uma nova família e tinha tido outro filho. Determinada a encontrá-lo, Ana localizou o meio-irmão, Daniel, através do Facebook.

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O reencontro foi inicialmente marcado por uma amizade, mas logo evoluiu para um relacionamento romântico, apesar de ambos saberem que eram irmãos de sangue.

Daniel, por sua vez, nunca teve o desejo de procurar Ana. “Talvez se fosse filho único, teria procurado a minha irmã perdida, mas não foi o caso”, contou ao jornal El Español.

A sua história familiar é marcada pela separação dos pais quando ele tinha apenas 8 anos, e apesar de ter outros irmãos, foi Ana quem se tornou mais próxima.

O primeiro encontro físico aconteceu quando Daniel tinha 17 anos e Ana 20. Embora inicialmente tentassem manter a distância devido ao vínculo de sangue, a atração entre ambos foi imediata.

“Tentávamos manter aquela relação fraternal que os padrões estabelecem, mas não a sentíamos assim”, disse Daniel. O relacionamento tornou-se cada vez mais íntimo e o primeiro beijo aconteceu numa festa — um momento que, embora carregado de vergonha e culpa, não conseguiu afastá-los um do outro.

Apesar de tentar lidar com o desconforto de estarem a desafiar tabus, o apoio dos amigos foi fundamental. Contudo, fora desse círculo, as críticas e o julgamento foram intensos, tanto nas redes sociais quanto nos sítios onde moravam.

A Igreja, vizinhos e até desconhecidos online condenaram o casal, com muitos a acusá-los de incesto.

Hoje, Ana e Daniel são pais de duas crianças, de 5 e 7 anos, e estão à procura de um direito fundamental: o casamento. Embora a legislação espanhola proíba o casamento entre familiares diretos, o incesto não é considerado crime desde 1978.

Os médicos garantiram ao casal que o risco genético para os filhos seria apenas 4% superior ao de qualquer outro casal, mas isso não tem sido suficiente para suavizar as críticas sociais.

A luta pelo casamento está agora no centro de uma petição que procura alterar o Código Civil espanhol, permitindo que Ana e Daniel possam oficializar a sua união.

O caso gerou uma nova onda de discussão sobre as fronteiras do amor e da legalidade, principalmente nas redes sociais, onde as opiniões estão profundamente polarizadas.

O caso continua a gerar debates acesos em toda a Espanha. A sociedade, como um todo, ainda está a tentar encontrar limites para o que é aceitável em termos de relações familiares e românticas. O romance entre Ana e Daniel vai além da simples relação afetiva, tornando-se um símbolo da luta pela liberdade individual e o direito à união, independentemente das barreiras sociais e legais.

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