A Câmara de Oliveira do Hospital quer agraciar a presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC) pelo seu papel na reconstrução do concelho após os incêndios de 2017, mas o PCP critica a iniciativa.
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Ana Abrunhosa – Presidente da CCDRC
Já aprovada pelo executivo liderado por José Carlos Alexandrino, eleito pelo PS com estatuto de independente, a proposta de atribuição da medalha de ouro do município a Ana Abrunhosa, no dia 07 de outubro, feriado municipal, vai ser apreciada e votada pela Assembleia Municipal na sexta-feira, às 14:30.
Para o PCP, a distinção à presidente da CCDRC “é uma autêntica afronta aos oliveirenses, ao município e à democracia”, tendo “em conta todos os atrasos – não explicados, injustos e prejudiciais – que se verificam na reconstrução de habitações e empresas” atingidas pelo fogo de 15 e 16 de outubro de 2017.
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“No contexto, esta proposta de condecoração, vinda da parte dos mais altos representantes autárquicos do nosso município, vem ‘lavar a cara’ da presidente da CCDRC das pesadas responsabilidades que ela tem, que o Governo minoritário do PS tem, por toda esta situação gravemente lesiva dos direitos e interesses da região”, afirma o PCP, numa nota assinada por João Dinis, que foi presidente da antiga Junta de Freguesia de Vila Franca da Beira.
A proposta que José Carlos Alexandrino leva à Assembleia Municipal foi aprovada pelos seis autarcas do PS que integram o executivo, numa reunião da qual o único vereador do PSD, João Paulo Albuquerque, se ausentou no momento da votação.
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Enquanto presidente da CCDRC, Ana Abrunhosa “ficará para sempre ligada a vários projetos de desenvolvimento” em Oliveira do Hospital, distrito de Coimbra, “em que o seu empenho foi fundamental”.
Por outro lado, “depois da catástrofe mais trágica da história de Oliveira do Hospital, o incêndio de 15 de outubro, tem contribuído decisivamente, num quadro muito complexo e de grandes constrangimentos, para o processo de renascimento do concelho”, realça o documento.
O PCP demarca-se dos argumentos do executivo para distinguir Ana Abrunhosa e critica a CCDRC, que “acaba de criar e de publicitar” um formulário na sua página da internet “em que instiga à denúncia individual e de regime, anónima ou não, de alegadas irregularidades nas declarações de lesados com habitações ou empresas ardidas” há um ano.
A medalha de ouro “deve ser atribuída ao povo do concelho de Oliveira do Hospital pela forma heroica, resistente e com capacidade de recuperação que demonstrou durante o grande fogo e daí para cá”, defendem os comunistas.
Outro dos cidadãos que a Câmara decidiu homenagear, no feriado municipal, é o empresário Fernando Brito, que está a reconstruir a sua unidade de carpintaria, destruída pelo fogo, com base num projeto aprovado pela CCDRC e cujo investimento ronda 1,5 milhões de euros.
“Aos 74 anos, começou novamente do zero, renasceu das cinzas e teve de demolir tudo para construir de novo”, segundo a proposta da Câmara a que a agência Lusa teve acesso.
Também o vizinho município de Tábua condecorou este ano Ana Abrunhosa, no feriado local, em 10 de abril, tendo-lhe concedido a medalha de ouro de mérito cívico.
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