A antiga ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, garantiu quinta-feira ao Notícias de Coimbra que continua na corrida ao município de Coimbra.
Em declarações ao NDC, a anterior presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC) desmentiu notícias que circularam na cidade durante o dia de hoje (quinta-feira, 22 de maio) e que apontavam para o anúncio em breve da retirada da sua candidatura, como independente, à autarquia conimbricense.
“Estou de corpo e alma nesta candidatura e nesta coligação e a reunir-me com diversas entidades na busca de um programa que nos permita reconquistar para o PS este município”, afirmou, de forma categórica, a docente universitária.
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Estas declarações foram prestadas após uma reunião com uma empresa do concelho e onde marcaram presença, também, o presidente da concelhia socialista Ricardo Lino e o candidato do PS à União das Freguesias de Santa Clara e Castelo Viegas, Paulo Trincão.
Sinal dessa continuidade é o facto de estar prevista para a última semana de maio a apresentação da coligação que irá apresentar-se ao município de Coimbra.
Recorde-se que aquela eventual decisão de desistência poderia ter surgido após uma reunião do Secretariado da Concelhia socialista onde foi preconizada a inclusão de Ricardo Lino na segunda posição da lista de Ana Abrunhosa para a Câmara Municipal de Coimbra, bem como teria sido recomendado o preenchimento através de militantes socialistas dos primeiros cinco lugares abaixo do da ex-ministra.
O que não foi verdade, segundo apurou o NDC, já que a posição do secretariado da concelhia é no sentido de, além de Ricardo Lino, haver, pelo menos, outra pessoa escolhida pelo PS nas primeiras cinco posições da lista.
Segundo a fonte partidária, que pediu anonimato, isto permitiria acomodar a inclusão no elenco de potenciais vereadores de uma pessoa afeta ao Livre e de outra indicada pelo movimento Cidadãos por Coimbra.
Ao descartar que o Secretariado da Concelhia de Coimbra do PS haja contribuído para o clima de tensão devido a vazio de poder no largo do Rato, a mesma fonte admitiu, porém, que “a fragilidade” por que passa o partido não será alheia a “dificuldades momentâneas”.
Recorde-se que para a consolidação da escolha de Ana Abrunhosa como cabeça de lista (independente) do PS à CMC contribuiu bastante a boa relação pessoal entre a ex-ministra da Coesão Territorial e o líder cessante do partido.
Está-se, de facto, “numa encruzilhada e o pior que poderá acontecer é qualquer das partes esticar a corda”, conclui a fonte.
Esta quinta-feira, o militante socialista António Vilhena escreveu na sua página pessoal da rede social Facebook que aponta a escolha de Ana Abrunhosa como um “erro de casting”.
Nesse texto, o psicólogo e deputado municipal questiona mesmo se esta candidatura, em que se inclui o PS, não “iria ser apenas uma barriga de aluguer de um projeto narcisista e pessoal”.
“A verdade revela-se sempre, cai a máscara e os valores persistem. Seguiremos unidos, com os nossos, os que sentem o partido, os que não têm vergonha em dizer que perdemos, mas que honram os princípios, a memória e os valores . Mais vale tarde do que um arrependimento, mais vale agora do que mergulhar na bruma angustiante da raiva tardia (…) Um erro de casting total. Boa sorte senhora professora pela sua vida fora”, escreveu.
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