O reitor da Universidade de Coimbra (UC), Amílcar Falcão, defendeu hoje que a inovação tem de ter um modelo de negócio para funcionar, que começa com a capacitação dos estudantes na área do empreendedorismo e da liderança.
“A inovação, para funcionar, tem de ter um modelo de negócio. Esse é o primeiro ‘statement’, ou seja, sem um modelo de negócio, a coisa não funciona”, sustentou.
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Amílcar Falcão falava no âmbito do painel “A universidade empreendedora e seu papel na transformação do conhecimento em valor”, na 18.ª cimeira COTEC Europa, que está a decorrer no Convento São Francisco, na cidade de Coimbra.
“A inovação começa na capacitação, desde logo nos jovens que entram na universidade, com capacitação na área do empreendedorismo. A Universidade de Coimbra tem vários programas de empreendedorismo para os nossos estudantes de graduação, quer mais massificado, quer mais focalizado”, destacou.
Essa massificação é importante, porque o empreendedorismo está “associado à liderança” e “à capacidade que as pessoas têm de se movimentar até no mercado”.
“Um estudante nosso empreendedor não vai necessariamente criar uma ‘spin-off’, mas pode ir procurar emprego numa empresa e, quando vai a uma entrevista, se mostrar ‘skills’ na área do empreendedorismo, da liderança, seguramente vai estar mais bem posicionado para conseguir esse emprego”, acrescentou.
A par da qualificação, destacou também a importância da investigação, pois “só se consegue transferir conhecimento para a sociedade se houver conhecimento”.
“Se não produzirmos conhecimento, não temos nada para transferir. Por isso, nós temos de ter investigação”, indicou.
Na sua intervenção, Amílcar Falcão explicou que a investigação na Universidade de Coimbra divide-se em duas áreas distintas.
“Uma área que tem a ver com a investigação básica, que não está direcionada para o dia de amanhã, mas para daqui a 10 anos, 20 anos, ou até mais. Depois temos a outra investigação mais aplicada, que tem de ter uma relação muito próxima com aquilo que é o tecido empresarial, com a sociedade em geral”, esclareceu.
O reitor da Universidade de Coimbra disse ainda que esta é universidade global, que procura de parcerias fora do país.
“O país é pequeno para aquilo que nós desejamos ao nível da inovação e nós temos de ter o cuidado de olhar à volta, de perceber o que acontece e procurar aquilo que nos interessa. Creio que a Europa se fixou demasiado tempo no modelo americano, que não tem nada a ver connosco”, concluiu.
Os chefes de Estado de Portugal, Espanha e Itália irão discursar na sessão de encerramento da 18.ª cimeira Cotec Europa, que também contará com a participação do ex-presidente do Banco Central Europeu (BCE) e antigo primeiro-ministro italiano Mario Draghi, numa conversa sobre o futuro da Europa.
A COTEC é uma associação empresarial que trabalha em rede com instituições de Portugal, Espanha e Itália, realizando um encontro triangular, todos os anos, de forma rotativa em cada um dos países, reunindo líderes empresariais, académicos e decisores políticos para debater desafios de competitividade e crescimento económico do bloco europeu, com base nos relatórios Heitor, Letta e Draghi.
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