Saúde

Alvaiázere paga despesas de médicos. “Poderá ascender a cerca de 1.250 euros mensais”

Notícias de Coimbra | 2 anos atrás em 08-09-2023

A Câmara de Alvaiázere vai avançar com incentivos que podem chegar aos 1.250 euros/mensais para a fixação de médicos de família no concelho, onde uma em cada três pessoas não tem estes clínicos.

PUBLICIDADE

publicidade

“Em valores gerais, dentro das despesas que cada médico tenha, poderá ascender a cerca de 1.250 euros mensais [os incentivos]”, afirmou à agência Lusa o presidente da autarquia, João Paulo Guerreiro.

PUBLICIDADE

O projeto de Regulamento Municipal de Atribuição de Incentivos à Fixação de Médicos de Medicina Geral e Familiar na Unidade de Cuidados de Saúde Personalizados (UCSP) de Alvaiázere foi aprovado por unanimidade na reunião do executivo municipal de quarta-feira.

Os incentivos contemplam o apoio mensal a despesas de habitação (até 500 euros se o clínico residir em Alvaiázere, até 400 fora do concelho), a deslocações e transportes (300 euros), alimentação e saúde (cerca de 250 euros) e para serviços básicos, como água, eletricidade, gás ou comunicações (até 200 euros).

Segundo João Paulo Guerreiro, acrescem a estes apoios a isenção nas taxas municipais de urbanismo, devolução do Imposto Municipal sobre Imóveis ou a isenção de taxas de utilização de equipamentos municipais no âmbito do desporto e cultura, para o médico e respetiva família.

“No fundo, para além dos 1.250 euros, que será o incentivo no apoio a despesas que os médicos possam ter, temos ainda todo este conjunto de isenções de impostos e de taxas que também pode ser significativo”, adiantou o presidente desta Câmara do distrito de Leiria, salientando que este projeto “pode tornar mais atrativo a que um médico de medicina geral e familiar se sinta tentado a vir para Alvaiázere”.

João Paulo Guerreiro referiu ainda que foi com alguma tristeza e mágoa que teve de avançar com a proposta, considerando existir “uma falha do Estado numa das funções mais básicas que tem de garantir”, a prestação de cuidados de saúde primários.

“O panorama nacional é negro, não existem médicos suficientes de medicina geral e familiar” e, no caso do concelho, com cerca de 6.300 habitantes, “um em cada três alvaiazerenses não tem médico de família”, realçou.

Reconhecendo que esta é uma situação que se tem vindo a agravar desde que tomou posse, há quase dois anos, o autarca precisou que na UCSP o quadro é de cinco médicos para toda a população, mas apenas dois estão agora em atividade, um dos quais “já tem quase 70 anos”.

“Não vemos a tutela a fazer nada para mudar o panorama. Se nada for feito, dentro de alguns meses, Alvaiázere ficaria com um médico para todo o concelho”, com “uma população idosa, com morbilidades muito acentuadas, dispersa, com muitos idosos isolados”, alertou.

O autarca destacou que esta é uma matéria “muito urgente”, esperando que, na pior das hipóteses, o regulamento esteja em vigor até ao final do ano.

“Mas nós contamos ter o regulamento aprovado – agora está em consulta pública, depois irá à Assembleia Municipal – no decorrer do mês de novembro ou no final de outubro”, para depois ser publicado em Diário da República.

A UCSP é única unidade de cuidados de saúde primários do concelho, após o encerramento das extensões de saúde, o que também já levou o município a investir no “transporte a pedido a custos muito reduzidos” para as deslocações.

PUBLICIDADE

publicidade

PUBLICIDADE