Região

Alta tecnologia vigia o mar da Praia de Mira

Notícias de Coimbra com Lusa | 1 hora atrás em 09-05-2025

Um novo sistema de monitorização da costa litoral, que combina câmaras de vídeo de alta resolução com tecnologia laser, foi instalado na Praia de Mira, ao abrigo de um acordo entre o município e a Universidade de Aveiro (UA).

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O projeto resulta de um protocolo de desenvolvimento de soluções inovadoras para monitorização da linha de costa, com base em investigação científica, assinado em 2017 e hoje renovado, entre essa Câmara Municipal do noroeste do distrito de Coimbra e o Cesam – Centro de Estudos do Ambiente e do Mar da UA, anunciou a autarquia.

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Citado numa nota enviada à agência Lusa, o presidente da Câmara de Mira, Artur Fresco, considerou de grande importância a parceria com a Universidade de Aveiro: “O que pretendemos com esta parceria é garantir a proteção da costa e a segurança das pessoas. Por isso, a existência de protocolos e parcerias que otimizem recursos é fundamental”.

O novo sistema, que sucede a um outro instalado pelo Cesam há oito anos junto à lota da Praia de Mira, permite, segundo a Câmara, “uma análise mais precisa da morfologia costeira e da formação de agueiros. Este avanço tecnológico representa um importante passo na capacidade de resposta ao avanço do mar e na proteção das populações locais”.

A nova plataforma, cuja implementação tecnológica no terreno está a cargo da empresa R5 Marine Solutions, insere-se em projetos de investigação científica desenvolvidos pelo Cesam, “que visam apoiar estratégias de adaptação às alterações climáticas e orientar intervenções sustentáveis na orla costeira”.

Na nota, a Câmara Municipal frisou ainda que a iniciativa “afirma a Praia de Mira como caso exemplar de aplicação prática da ciência à gestão do litoral, através de uma colaboração modelo entre a autarquia, a academia e o setor tecnológico”.

Num vídeo hoje divulgado, produzido pelo Cesam, o investigador Paulo Baganha sustenta que a Praia de Mira “foi identificada já há mais de 10 anos como um ponto quente [hotspot, no original em inglês] de erosão costeira da zona Centro de Portugal”.

O especialista recordou que um protótipo de primeira geração para monitorização da zona norte daquela praia esteve em funcionamento até 2023, sucedendo-lhe o atual, “com câmaras de vídeo mais avançadas acopladas a um sistema de laser”.

“Toda esta dinâmica de interação com o município de Mira tem sido alimentada com vários projetos de investigação”, notou Paulo Baganha, explicando que a monitorização costeira com recurso a vídeo “vai permitir fornecer um serviço, em tempo real, de deteção automática da linha de costa” e também construir modelos da topografia da praia.

“Podemos visualizar a formação dos agueiros [uma forte corrente que se afasta da praia e pode pôr em perigo a segurança dos banhistas], podemos prevenir a erosão costeira, podemos estudá-la, como é que se forma, quais são os invernos mais agressivos e em que ponto da nossa costa. O que pretendemos sempre, com isto, é a segurança das pessoas”, referiu, por seu turno, o presidente da Câmara, Artur Fresco, também no vídeo de apresentação do novo sistema.

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