Horas depois de saborear um bife suculento, muitas pessoas podem enfrentar um problema inesperado: uma reação alérgica grave, que pode incluir comichão intensa, inchaço e até choque anafilático.
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A causa? Não é uma intoxicação alimentar, mas sim a síndrome alfa-gal — uma alergia desencadeada por uma picada de carraça, que pode ocorrer meses antes e passar despercebida.
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Conhecida popularmente como “alergia à carne vermelha”, a síndrome alfa-gal é, na verdade, uma reação imune a uma molécula de açúcar chamada galactose-alfa-1,3-galactose (alfa-gal), presente em muitos mamíferos, como vacas, porcos e veados. Quando a carraça injeta essa molécula na corrente sanguínea durante a picada, o sistema imunológico pode desenvolver anticorpos contra o alfa-gal, desencadeando reações alérgicas ao consumir carne vermelha e outros produtos derivados, como se pode ler no The Conservation.
Especialistas alertam para o rápido aumento de casos. Nos EUA, estima-se que até 450 mil pessoas sofram da condição, que já foi identificada em seis continentes, transmitida por várias espécies de carraças, como a carraça-do-veado, presente em parques urbanos e áreas verdes. O crescimento das populações de carraças, veados e humanos tem colaborado para a expansão da síndrome.
Os sintomas aparecem entre duas e seis horas após a ingestão de alimentos com alfa-gal, mas só se manifestam meses após a picada da carraça. Eles vão desde urticária, dor abdominal, náuseas até casos graves que exigem atendimento médico urgente. Por ser pouco conhecida, a síndrome ainda é subdiagnosticada — um estudo recente mostrou que 42% dos médicos americanos desconhecem a condição.
Embora a alergia possa ser controlada com o tempo, evitando-se novas picadas e eliminando alimentos e produtos que contenham alfa-gal, o alerta é importante: a síndrome alfa-gal pode ser fatal, e o aumento das carraças demanda atenção redobrada na prevenção.
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