Coimbra

Alfa/Acidente: Sindicato dos Maquinistas pede sistema redundante de segurança

Notícias de Coimbra | 4 anos atrás em 31-07-2020

O presidente do Sindicato Nacional dos Maquinistas dos Caminhos de Ferro Portugueses (SMAQ), António Domingos, defendeu hoje a existência de um sistema redundante de segurança nas vias Férrea. 

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O descarrilamento de um comboio Alfa Pendular, no concelho de Soure, distrito de Coimbra, fez hoje dois mortos, seis feridos graves e 19 feridos ligeiros. O comboio seguia no sentido Sul-Norte e o descarrilamento ocorreu após o embate entre o Alfa Pendular e uma máquina de trabalho.

António Domingos explica que o Alfa Pendular tem um sistema de controlo automático de velocidade, que supervisiona o cumprimento da sinalização e, caso as normas não sejam cumpridas, aciona o sistema de travagem automático, o que não acontece com as máquinas de manutenção que circulam na via.

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“A Dresine não tem esse equipamento que supervisiona a condução da tripulação. Se essa máquina de manutenção da via tivesse esse equipamento embarcado, provavelmente o acidente não se daria, isto numa primeira abordagem, sem conhecer pormenores”, disse António Domingos, em declarações à agência Lusa.

O presidente do SMAQ considera a ferrovia “um sistema seguro” e, embora realce que “o risco zero não existe”, entende que as condições podem ser melhoradas.

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“É uma falha estas máquinas de manutenção não terem este sistema de supervisão, que é um sistema redundante de segurança, que permite suprimir falhas da tripulação. Evita ultrapassagens do sinal, que não sei se foi o caso”, acrescenta o presidente da estrutura sindical.

Tendo em conta os mecanismos de supervisão, António Domingos entende que, “à partida”, o Alfa Pendular circulava à velocidade permitida.

O presidente do SMAQ informou que o sistema, preparado para transmitir informações “a cada momento”, não deteta obstáculos na via, como é o caso da máquina de manutenção de catenárias, que estava “num local onde não devia estar”.

No caso de o maquinista se aperceber, não seria possível travar a tempo.

“Num comboio a 180 quilómetros à hora, se o maquinista travar de emergência, demora mais de mil metros a imobilizar”, explica António Domingos.

O dirigente sindical espera que as causas e responsabilidades sejam apuradas através de um inquérito rigoroso.

“Gostava era que houvesse um inquérito rigoroso, que fossem apuradas responsabilidades e que essas responsabilidades tenham efeitos a nível de quem permite certas situações, porque isto não pode acontecer”, enfatiza o presidente do SMAQ, António Domingos.

O Alfa Pendular seguia no sentido Sul-Norte, tendo saído de Santa Apolónia, em Lisboa, às 14:00, e tinha como destino final Braga.

As duas vítimas mortais eram os únicos ocupantes da máquina da Infraestruturas de Portugal.

O Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários (GPIAAF) anunciou, entretanto, que vai investigar as causas do acidente.

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