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Alerta internautas: Hábitos de pesquisa na Internet estão a alimentar a ansiedade de saúde em Portugal
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Se alguém tivesse sugerido há uma década que procurar informações de saúde online poderia desencadear uma ansiedade significativa, talvez fosse visto como uma reação exagerada.
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No entanto, hoje, o fenómeno da cibercondria – a escalada infundada de preocupações sobre sintomas comuns baseada em artigos online e pesquisas de saúde – é cada vez mais reconhecido como um problema real e crescente. Em Portugal, as estatísticas de uso da Internet revelam tendências intrigantes sobre como os jovens adultos interagem com informações de saúde online, o que pode estar a contribuir para o aumento da ansiedade de saúde.
Em 2020, substanciais 65 por cento dos utilizadores portugueses da Internet entre os 16 e os 24 anos usavam a internet para procurar informações relacionadas com a saúde, uma ligeira diminuição dos 67 por cento em 2015.
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Interessantemente, o grupo etário dos 25 aos 34 anos manteve um envolvimento estável de 67 por cento. Estas estatísticas sublinham a dependência de recursos digitais para questões de saúde e levantam a questão: estes hábitos são benéficos ou prejudiciais?
Diagnósticos da Era Digital: Um Olhar Mais Atento
A Internet, inegavelmente, oferece vastas quantidades de informação ao nosso alcance, tornando mais fácil do que nunca mergulhar num mar de dados relacionados com a saúde. Isto pode ser particularmente preocupante quando pessoas sem formação médica interpretam mal as informações encontradas, aumentando a ansiedade e o stress sobre sensações corporais normais ou pequenas doenças.
Jason Adler, engenheiro de software da Repocket, comenta sobre esta questão: “A facilidade com que se acede às informações pode levar a verificações obsessivas de sintomas online, o que, paradoxalmente, aumenta a ansiedade e a incerteza do indivíduo, transformando pequenas preocupações em noites insones.”
Características Principais da Cibercondria
- Má interpretação de informações: O conteúdo médico online muitas vezes carece de contexto, levando pessoas sem formação médica a tirarem conclusões inadequadas.
- Sobrecarga de informações: O enorme volume de dados médicos disponíveis pode ser avassalador e causar confusão e stress.
- Efeito de Câmara de Eco: Os algoritmos reforçam os nossos medos ao mostrar conteúdo semelhante, o que pode aumentar a nossa crença na gravidade do nosso estado de saúde.
Orientações para Hábitos de Pesquisa Saudáveis
Navegar de forma responsável pelo oceano de informações digitais sobre saúde é essencial. Aqui estão algumas dicas práticas para evitar entrar numa espiral de cibercondria:
- Limitar Pesquisas: Defina limites estritos sobre a frequência e a duração das suas pesquisas de informações relacionadas com a saúde.
- Escolher Fontes Confiáveis: Interaja apenas com sites de confiança, preferencialmente associados a instituições de saúde reconhecidas.
- Consultar Profissionais: Antes de tirar conclusões precipitadas, marque uma consulta com um profissional de saúde para discutir as suas preocupações.
- Consciência do Comportamento: Esteja atento ao impacto que pesquisas frequentes sobre saúde online têm na sua saúde mental.
Equilibrando o Consumo Digital
Com a conveniência da informação digital deve vir a responsabilidade da moderação. A cibercondria não é apenas um problema individual, mas uma questão social que exige sensibilização e educação sobre o consumo responsável de informação online.
Adler acrescenta: “Reconhecer os sinais da cibercondria e tomar medidas proativas para gerir como interagimos com as informações de saúde online pode mitigar significativamente o seu impacto.”
À medida que continuamos a navegar pela era digital, compreender e abordar as implicações dos nossos comportamentos online é crucial, especialmente quando se trata da nossa saúde. Estamos a deixar que os nossos ecrãs ditem as nossas ansiedades ou estamos a usá-los como ferramentas para melhor
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