Política

Alegre acusa Rangel de espírito inquisitorial e ofensa grave à democracia

Notícias de Coimbra | 10 anos atrás em 20-05-2014

O ex-candidato presidencial Manuel Alegre fez hoje um duro ataque ao “número um” da lista europeia da coligação PSD/CDS, Paulo Rangel, acusando-o de ofender a democracia, “espírito inquisitorial” e de lembrar quem considerou os judeus “um vírus”.

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Manuel Alegre falava no comício do PS em Coimbra, começando logo a sua intervenção por dizer sentir-se “profundamente incomodado e muito indignado” com a afirmação de Paulo Rangel sobre o “vírus socialista”.

“Ouvi com uma voz esganiçada Paulo Rangel, que está agora muito magro – mas quanto mais magro mais agressivo – dizer ´alerta portugueses contra o vírus socialista’. Ora isto é uma ofensa não só ao PS, mas também à democracia, porque viola as regras básicas da convivência democrática”, sustentou Manuel Alegre, recebendo uma prolongada ovação.

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Mas Manuel Alegre foi ainda mais longe nas suas críticas ao “número um” da lista da europeia PSD/CDS, afirmando que Paulo Rangel “revelou uma espírito intolerante, um espírito inquisitorial – e essa é a pior herança cultural do nosso país”.

“Mas revelou também uma enorme falta de memória histórica, porque há umas dezenas de anos, na Europa, houve um partido [Nacional Socialista] que disse que os judeus eram um vírus que era preciso exterminar. O PS não é um vírus mas um grande partido da democracia e da tolerância. Os seus fundadores estiveram presos e depois do 25 de Abril de 1974 não se transformaram de perseguidos em perseguidores – e essa é a nossa superioridade moral”, afirmou Manuel Alegre.

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Manuel Alegre voltou a levantar a plateia quando manifestou a sua convicção de que o PS vencerá as eleições europeias “e dará a seguir uma abada nas eleições legislativas”.

“A coligação negativa que se forma contra o PS é a prova da força do PS”, advogou, já depois de ter criticado indiretamente o PCP e o Bloco de Esquerda.

“Não compreendo que, numa situação destas, com um Governo extremista, partidos de esquerda tenham feito do PS o seu inimigo principal. Perderam o azimute. Nós não perdemos o azimute. Contra o PS não há alternativa”, defendeu.

Manuel Alegre lançou ainda um ataque à realização no próximo domingo, dia de eleições europeias, de uma reunião promovida pelo Banco Central Europeu em Portugal, com a presença de representantes do Fundo Monetário Internacional e da Comissão Europeia.

“Faz-me lembrar antes do 25 de Abril as reuniões dos latifundiários quando iam às festas dos capatazes no Alentejo”, referiu.

Para Manuel Alegre, Portugal “deve bater o pé aos credores”.

“Pagaremos as nossas dívidas, mas a política em Portugal é determinada pelos portugueses”, afirmou, recebendo nova prolongada salva de palmas.

 

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