Cidade

Alegada fraude a condomínios pode afetar mais de 30 prédios em Coimbra

Notícias de Coimbra | 10 anos atrás em 14-02-2014

Vários condóminos alegaram hoje a possibilidade de fraude, depois de a empresa de administração de condomínios ter cessado funções nos mais de 30 prédios que administrava, alertou um dos lesados.

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Podem ter sido subtraídos, de acordo com a mesma fonte, “várias centenas de milhares de euros” das respetivas contas.

Vítor Rodrigues, um dos alegados lesados, contou à agência Lusa que a gestora da empresa Coimbras Condominus “está de momento desaparecida”.

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“Várias contas de diversos condomínios estão já a descoberto e pode ainda haver dívidas a fornecedores, elevadores, água e luz”, explicou.

Alguns condóminos “já conseguiram constatar que existem obras feitas por pagar e que as contas bancárias dos condomínios estão a zero”, explicou Vítor Rodrigues, que constatou que “desapareceram cerca de 9.000 euros” da conta bancária do seu condomínio.

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O lesado disse também à agência Lusa que ainda hoje o seu condomínio deverá apresentar uma queixa-crime contra a gestora da empresa.

Perto da sede da empresa, vários condóminos mostraram-se na quinta-feira preocupados com a situação, desconhecendo ainda os valores reais “das contas por pagar”, referindo também a possibilidade de apresentarem uma queixa-crime.

Segundo Vítor Rodrigues, “a dimensão será superior a 30 condomínios e mais de 300 lesados”, sendo que, perto do local onde se situa a empresa, fontes que quiseram permanecer no anonimato, referiram que a empresa estará responsável pela administração de 60 a 80 condomínios e que poderá haver mais de mil pessoas afetadas, contando, para além dos condóminos, com os prestadores de serviço.

Na quarta-feira, foi afixado, em todos os prédios que a empresa administrava, uma nota, assinada pela gerente, a informar os condóminos que “se encontra doente e que está impossibilitada de continuar a administrar o condomínio, pelo que deverão os senhores condóminos proceder a eleição de nova administração”.

José Dias de Aguiar, também de um condomínio administrado pela empresa, contou que “não havia a mínima suspeita” de uma possível fraude, tendo sido alertado com a afixação da informação na porta do seu prédio.

“Há indícios de haver fraude e de falsificação”, explicou o também advogado, tendo-se já apercebido de cerca de 1.200 euros em dívida, no ano de 2013, para o pagamento da manutenção dos elevadores do seu prédio.

Apesar da possibilidade de fraude, José Dias de Aguiar referiu que, “a verificar-se uma fraude deste tipo, os condóminos poderão nunca ver ressarcidos os seus prejuízos”.

A maior parte dos imóveis situa-se na zona centro da cidade de Coimbra e afeta escritórios, espaços de comércio e áreas residenciais.

Um prestador de serviços, que fazia a manutenção a 30 edifícios administrados pela empresa e que preferiu o anonimato, referiu que a administração dos condomínios está a dever-lhe “cerca de quatro mil euros”, tendo faturas de 2012 das quais ainda não recebeu o dinheiro devido.

“Como eu, estão todos os prestadores de serviços. Obras, elevadores, pintores? Está tudo na mesma situação”, explicou.

A gerente e única sócia da loja não compareceu na loja na quarta-feira e na quinta-feira e foi impossível contactá-la. Os funcionários e os condóminos lesados também não conseguem contactar a administradora.

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