Portugal
“Ainda a ouço chamar por mim”. Piedade morreu durante incêndio no lar Bom Samaritano

Imagem: SIC / JÚLIA
No dia 16 de agosto, um incêndio no lar “Bom Samaritano” da Santa Casa da Misericórdia de Mirandela resultou na morte de sete idosos. A tragédia, que terá tido origem num curto-circuito, abalou profundamente a comunidade e, em particular, as famílias das vítimas.
Piedade Lisboa, de 83 anos, foi uma das idosas que perdeu a vida no incêndio. Dois dias antes da tragédia, tinha dado entrada no lar, após uma longa luta contra o cancro que a deixou dependente.
Durante mais de 10 anos, o seu marido, Fernando Araújo, foi o principal cuidador, num esforço incansável marcado por noites em claro e desgaste físico e emocional. A decisão de a internar foi extremamente difícil, mas acabou por ser tomada em conjunto com a filha, Fátima Lisboa, contam no programa da Júlia.
PUBLICIDADE
A dor da perda foi agravada pela forma como a família soube do sucedido. Fátima Lisboa lamenta que o nome da mãe não constasse nas listas de sobreviventes e que tenha sido através da comunicação social que tiveram acesso à maior parte das informações.
Critica ainda a atitude da Santa Casa da Misericórdia de Mirandela, acusando a instituição de silêncio e falta de apoio à família num momento tão difícil.
Fernando, casado com Piedade há 62 anos, descreve a tristeza como uma presença constante no seu dia a dia.
“Ainda a ouço chamar por mim”, confessa o viúvo, numa partilha marcada por emoção e saudade.
Dois meses após o incêndio, a família continua à espera de respostas.
PUBLICIDADE