Águas do Centro Litoral antecipa construção de ETAR para servir Cantanhede e Mira

Notícias de Coimbra | 7 anos atrás em 20-03-2018

Cantanhede e Mira receberam hoje da Águas do Centro Litoral (AdCL) a garantia de que vai ser antecipada a construção de uma ETAR quer servirá os dois concelhos, um investimento a rondar 12 milhões de euros.

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A nova Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) deverá ser construída na freguesia da Tocha (Cantanhede), numa zona de fronteira com Mira, e tratará os efluentes dos dois concelhos que atualmente são encaminhados para a ETAR de Ílhavo, atravessando os concelhos de Mira e Vagos.

Os autarcas acreditam que a nova estrutura terminará com situações pontuais de contaminação de terrenos agrícolas causados pelo subdimensionamento do sistema.

“A conceção e execução da ETAR, através de empreitada, deverá ser lançada a concurso até final do próximo mês de maio, abrindo caminho para a solução definitiva de um problema que será bastante mitigado com o aumento da capacidade das estações elevatórias do ‘Intercetor Sul’ em 15% a 20%, cuja empreitada já foi concluída, e também com outras obras complementares que estarão concluídas dentro de três semanas”, referem em comunicado conjunto as duas autarquias, citando o presidente da AdCL, Nelson Geada.

A garantia da AcDL foi dada no final de uma reunião com a presidente da Câmara de Cantanhede, Helena Teodósio, e o presidente da Câmara de Mira, Raul Almeida, e surge como corolário da pressão das duas autarquias e de associações ambientalistas dos dois concelhos.

“O encontro ocorreu na sequência das insistentes diligências que os presidentes das Câmaras Municipais de Cantanhede e Mira têm vindo a efetuar, ao longo dos últimos três anos, no sentido de serem criadas condições para impedir a ocorrência de descargas do ‘Intercetor Sul’”, revelam os autarcas.

Helena Teodósio e Raul Almeida revelam ter “reiterado à administração da Águas do Centro Litoral que o sistema tem que ser rapidamente dimensionado para impedir a possibilidade de ocorrerem descargas, confiando que as medidas cautelares entretanto adotadas pela empresa sejam de molde a evitar efeitos ambientais nefastos”.

Os autarcas garantem ainda ter recebido a garantia por parte da empresa “de que serão reforçadas as medidas tendentes a evitar as descargas de águas residuais do Intercetor Sul, por incapacidade deste sistema de elevação e transporte de efluentes que serve os dois concelhos”.

A construção da nova ETAR estava inicialmente prevista para 2021, com um custo estimado a rondar os 12 milhões de euros, revela Raul Almeida.

A notícia da antecipação da construção da ETAR surge no mesmo dia em que o Partido Ecologista Os Verdes revelou ter enviado ao Governo, através do Parlamento, uma questão sobre “um atentado ambiental que está a ocorrer em Mira provocado pelas sucessivas descargas de efluentes, sem o devido tratamento, da Estação Elevatória das Cochadas (EECT4), situada na freguesia da Tocha, concelho de Cantanhede e pertença da empresa Águas do Centro Litoral (AdCL)”.

Em causa estão diversas queixas, entre as quais de um produtor de agriões, de que a AdCL estará a efetuar descargas poluentes “através de um tubo de grandes dimensões” que faz ligação à ETAR (Estação de Tratamento de Águas Residuais) das Cochadas, situada no limite da Tocha (concelho de Cantanhede), a montante de explorações agrícolas.

A empresa tem rejeitado responsabilidades, mas reconhece que eventuais situações de contaminação só poderão ficar resolvidas com a construção da nova ETAR, devido ao subdimensionamento do sistema, que inicialmente foi concebido para receber apenas os efluentes de Mira.

Na pergunta dirigida ao Governo, os Verdes querem saber precisamente “qual o volume de efluentes que estão a ser tratados na ETAR de Ílhavo, provenientes dos municípios de Mira e Cantanhede”, e pedem que sejam reveladas “as medidas urgentes” que “serão tomadas no sentido de travar este atentado ambiental”.

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