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Agora sabemos ao segundo: Coimbra revoluciona urgência com app que prevê chegada de ambulâncias

O Hospital Universitário de Coimbra (HUC) implementou um sistema inovador que permite monitorizar, em tempo real, o percurso das ambulâncias do INEM que transportam pacientes críticos, permitindo preparar equipas e recursos para receber os doentes com maior rapidez e precisão.
O projeto, denominado Tempo Estimado Pré-Hospitalar-Hospital, é fruto de uma parceria entre a Unidade Local de Saúde (ULS) de Coimbra e o INEM, e já está em funcionamento no hospital. Caso a experiência seja positiva, o sistema será alargado a outras unidades do país, dá conta o Jornal de Notícias.
“Através de uma aplicação, que está visível num monitor na sala de emergência, conseguimos perceber se a ambulância está a sete minutos, a cinco minutos… e perspetivar o momento exato da chegada do doente”, explica Gustavo Santo, neurologista e promotor interno da telemedicina hospitalar da ULS de Coimbra.
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O sistema resolve um problema antigo: os hospitais recebiam pré-notificação da chegada dos doentes, mas não sabiam a hora exata, o que podia atrasar intervenções urgentes ou mobilizar recursos de forma ineficiente.
“Muitas vezes, os recursos estavam preparados meia hora antes do doente chegar ou, noutros casos, chegavam antes de as equipas estarem prontas. Agora conseguimos direcionar os pacientes críticos imediatamente para os exames e iniciar o tratamento mais cedo”, acrescenta Gustavo Santo àquele jornal.
A aplicação permite ainda aceder a dados clínicos adicionais do paciente, como parâmetros vitais, estado de consciência, medicação em uso e doenças prévias, ajudando a equipa a antecipar a abordagem médica necessária.
O projeto-piloto estará, nas próximas semanas, também no Hospital Pediátrico de Coimbra e nas maternidades, com o objetivo de vir a ser implementado a nível nacional.
“A geolocalização dos meios de socorro e a partilha de informação clínica entre o pré-hospitalar e o hospitalar permite otimizar equipas e recursos, garantindo os melhores cuidados a cada doente crítico”, destacou Sérgio Janeiro, presidente do INEM.
Gustavo Santo sublinha ainda a importância da inovação tecnológica: “Temos de pôr as novas tecnologias ao serviço do doente. Não podemos estar prisioneiros de modelos obsoletos de interação entre profissionais de saúde e as estruturas de saúde que lidam com o doente urgente.”
O acordo entre a ULS de Coimbra e o INEM inclui ainda medidas de responsabilidade conjunta no tratamento de dados pessoais, garantindo padrões de proteção e definição clara de responsabilidades entre as instituições.
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