Saúde

Afinal, o picante não mata. Até pode salvar!

NOTÍCIAS DE COIMBRA | 9 minutos atrás em 25-07-2025

Imagem: depositphotos.com

Há três tipos de pessoas no mundo: as que comem malaguetas como se fossem miolo de pão, as que só de ouvir falar em comida picante começam logo a suar, e aquelas que se aventuram corajosamente… e depois ficam com a língua a arder.

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E depois há as mães. Ah, as mães — sempre a alertar: “Não ponhas tanto picante na comida, filha, olha que isso faz mal.”

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Pois bem, por uma vez na vida, podemos dizer: as mães estavam enganadas — e, sim, podem citar-nos.

Uma investigação científica recente revela que comer malaguetas regularmente pode não só não fazer mal, como até prolongar a vida. Publicada no American Journal of Preventive Cardiology em 2022, esta meta-análise reuniu dados de mais de 570 mil pessoas oriundas dos Estados Unidos, China, Itália e Irão, e os resultados são, literalmente, de fazer arder de entusiasmo.

Segundo o estudo, quem consome malaguetas com frequência tem: 25% menos risco de morte por qualquer causa, 26% menos mortes por doenças cardiovasculares e 23% menos mortes por cancro, descreve a Máxima.

O segredo? Está na capsaicina, o composto responsável pelo ardor da malagueta — e, ao que parece, também pelos seus efeitos anti-inflamatórios, antioxidantes e anticancerígenos. Mais: a capsaicina ajuda a regular os níveis de glicose no sangue, estimula o metabolismo, aumenta o gasto energético e promove a perda de peso através da termogénese (o processo pelo qual o corpo queima calorias ao produzir calor).

E não fica por aqui: o estudo também associou o consumo de malaguetas a uma menor incidência de doenças respiratórias e a um risco reduzido de morte por infeções, especialmente entre mulheres.

Aliás, a ligação entre os benefícios e a presença de capsaicina ficou ainda mais clara com a constatação de que o pimento doce, com muito menos capsaicina, não teve o mesmo efeito protetor.

Se isto tudo não for motivo suficiente para começar a dar mais fogo ao seu prato, saiba ainda que os efeitos positivos foram observados independentemente da quantidade consumida — ou seja, um pouco de picante já pode fazer diferença.

Se o seu paladar ainda não está preparado para um habanero, respire fundo: é possível desenvolver resistência. Comece pelas malaguetas mais suaves, como o jalapeño ou a caiena, e vá subindo na escala: piri-piri, tabasco, scotch bonnet, habanero… e, para os verdadeiramente destemidos, a temida Carolina Reaper, considerada a malagueta mais picante do mundo, com direito a lugar no Guinness World Records.

E sim, se arder demais, beba leite – nunca água. Palavra de especialista.

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