Advogado abandona patrocínio judicial do “matador do Avenue”

Notícias de Coimbra | 7 anos atrás em 25-05-2017

O advogado Josélito Martins Santiago optou por abandonar o patrocínio judicial de Júnior Souza, acusado de ter assassinado Ismael Soares à porta da discoteca Avenue, em Coimbra.

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josélito

Veja o COMUNICADO que Josélito Martins Santiago colocou no seu Facebook:

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Tendo em conta a exposição mediática deste processo e a exposição pública do meu envolvimento profissional, venho tornar pública também a minha posição relativa ao mesmo.

Decidi, com efeitos imediatos, abandonar o patrocínio judicial ao arguido detido, no processo em referência.

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Esta tomada de decisão não deriva das fortes e constantes ameaças de que fui alvo ao longo dos últimos meses ou dos pedidos insistentes de pessoas próximas da família da vítima, mas apenas e tão só por motivos de ordem pessoal e familiar.

Não é normal um profissional do foro ter necessidade de vir a público tecer qualquer explicação acerca das suas decisões processuais mas desta forma julgo encerrar aqui qualquer polémica e dúvidas quanto ao mesmo.

Desta forma retiro-me do presente processo sem necessidade de mais explicações.

Sempre pautei a minha conduta, quer pessoal quer profissional, alicerçando-a no cumprimento rigoroso dos mais basilares princípios éticos e morais pelo que solicito que de ora em diante se abstenham de me fazer chegar juízos morais sem fundamento, xenófobos ou outros, ou a qualquer membro da minha família”.

Recordamos que no dia 14 de fevereiro  Júnior Souza, acusado de ter morto Ismael Soares, junto à Discoteca Avenue, chegou ao Tribunal de Instrução Criminal de Coimbra (TIC), depois de ter sido  detido em Espanha.

Na área do Edifício Coimbra era aguardado por mais de dúzia de agentes da PSP e uma dezena de jornalistas da imprensa local e nacional.

Alguns  jornalistas e policias suspeitavam que ao local podiam acorrer amigos do homicida e da vitima, mas tirando um ou outro que foram espreitando, não existiu qualquer tipo de manifestação.

O jovem brasileiro saiu do TIC por volta das 19:30. Não prestou declarações durante as 3 horas em foi confrontado com a acusação. Parecia tão calmo como quando entrou. Não fez questão de se esconder.

Logo nesse diia um funcionário judicial informou a comunicação social que Júnior Souza, 21 anos, é acusado do crime de homicídio qualificado na forma consumada, de detenção de arma proibida e um crime de ofensa à integridade física qualificada. Está sujeito às medidas de coação de Termo de Identidade e Residência e Prisão Preventiva. Pode ser condenado até à pena máxima de 25 anos de prisão.

Na hora, Josélito Martins Santiago, advogado de Júnior Souza, declarou que o processo está a decorrer de forma regular. Adiantou que pediu segurança na execução a medida prisão preventiva, pois o seu cliente “está sob fortes ameaças, ameaças de inúmeras pessoas, que não posso concretizar”.

Júnior Souza foi detido, no dia 25 de janeiro, em Espanha, por ser suspeito de um crime de homicídio qualificado, ocorrido na cidade de Coimbra, no passado dia 8 de janeiro, junto à discoteca Avenue.

A detenção foi efetuada pela Polícia Nacional de Espanha, em cumprimento de um mandado de detenção europeu, emitido pelo DIAP de Coimbra, contando, para o efeito, com a colaboração de elementos da Diretoria do Centro da Polícia Judiciária, que se deslocaram ao país vizinho.

Ismael Soares e Júnior Souza numa foto publicada no Facebook do Avenue

Ismael Soares e Júnior Souza numa foto publicada no Facebook do Avenue

Notícias de Coimbra apurou que Júnior Souza e Ismael Soares se conheciam. Na foto posam juntos no Avenue, meses antes da trágica ocorrência. Também se cruzaram no NB, onde se desentenderam no último verão. Depois deste “desencontro”, o brasileiro foi proibido de entrar na discoteca situada em frente à PJ, mas podia frequentar o Avenue, que pertence ao mesmo grupo.

Fonte conhecedora do processo relacionado com este crime na Afonso Henriques, uma zona nobre de Coimbra, revelou a NDC que uma parte do que na altura foi adiantado pela generalidade da comunicação social não corresponde totalmente ao que terá acontecido na fatídica manhã de domingo.

Para que a justiça esclareça o que de facto aconteceu, muito contribuirá o visionamento das câmaras de segurança que foram passadas a pente fino no dia do crime. Certo é que de uma forma ou de outra, existiam relações de diversa índole entre a maior parte dos envolvidos na tragédia.

Júnior Sousa, referenciado nas redes sociais como o autor dos disparos que mataram Ismael, costumava frequentar bares e discotecas de Coimbra, onde, com a sua “turma” era “cliente de garrafa”.

Este brasileiro tem antecedentes criminais por tráfico de droga. Na noite do crime estaria acompanhado pela namorada e por um amigo, suposto condutor da viatura de onde foram disparados alguns dos tiros. Uma imagem deste “trio” foi bastante partilhada no Facebook.

A Polícia Judiciária temeu que Júnior Souza deixasse o nosso país e tentasse chegar ao Brasil, mas o brasileiro não chegou a sair da Europa e foi apanhado em menos de 1 mês.

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