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ADFP retoma visitas nos lares e alerta que “ninguém deve morrer sem sentir calor humano”

Notícias de Coimbra | 4 anos atrás em 15-05-2020

A Fundação ADFP vai retomar as visitas aos idosos e utentes das  residências de Miranda do Corvo, começando no dia 18 na Residência Gratidão e nos dias 20 e 21 nas Residências Sabedoria e Cristo Redentor, respetivamente, divulgou hoje a entidade, na sequência da autorização do Governo no mesmo sentido.

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Jaime Ramos, presidente da fundação revelou ao Notícias de Coimbra em comunicado que, nas quatro residências, incluindo a do Sr. da Serra, “com quase 220 residentes enfrentaram esta primeira fase de combate à pandemia sem nenhum doente COVID-19”.

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A organização possui outras residências para pessoas com necessidades especiais, com deficiência, doenças mentais a Fundação num total de mais de 400 residentes e cerca de 210 colaboradores em contacto direto na prestação de cuidados a pessoas vulneráveis.

O responsável pela fundação, que é médico, agradece publicamente “a todas as equipas de colaboradores o esforço que têm feito para cumprir regras de segurança, prevenindo contágios. A Fundação sabe que teve muita sorte e que muitas outras instituições que trabalharam com igual rigor e dedicação tiveram o azar de enfrentar o COVID dentro de portas – conclui.

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Mostrando-se “consciente de que a situação de pandemia se deve prolongar até 2021” alerta  que “urge pensar em medidas de longo prazo, sendo totalmente desaconselhável manter pessoas em isolamento prolongado”.

“A Fundação vai seguir todas as regras de segurança indicadas pelo Governo e DGS sabendo que há riscos”, diz Jaime Ramos alertando que “os familiares devem contactar as residências para agendar data e hora para as visitas e cada residente só pode, nesta fase, ser visitado por um familiar ou amigo, sendo que as visitas, sempre que possível, serão realizadas no exterior, visando reduzir o risco.”

As Unidades de Cuidados Continuados e os ERPI’s (Lares) desempenham um papel fundamental no apoio aos seniores e famílias, sem condições económicas e/ou habitacionais, para cuidar de pessoas doentes e dependentes, sublinha a nota da ADFP.

“O bem-estar dos internados exige que possam contactar com familiares e amigos e as modernas tecnologias não substituem a proximidade presencial”, por este motivo a Fundação ADFP admite saber bem que “a Saúde é um estado de bem-estar que não convive bem com o isolamento ou o afastamento dos mais queridos.”

Jaime Ramos recorda que “as pessoas com mais de 65 anos não são um grupo homogéneo”. Há quem tenha esperança num futuro superior a 35 anos e outros de menos de 30 dias”, afirma.

“Infantilizar as pessoas, retirando-lhes o direito de expressar a sua vontade, ou desclassificar os seus desejos, considerando-os resultantes de falta de conhecimento, pode ser manifestação de ignorância de jovens, sem noção da sabedoria dos mais velhos”.

Ramos revela que “as ERPI respondem às necessidades de uma população muito idosa, com múltiplas comorbilidades, em fim de vida, onde recebem cuidados de conforto e medidas paliativas onde a taxa de mortalidade rondar os 20-30%, com uma significativa percentagem de pessoas cuja perspetiva de vida futura é inferior a 18 meses”

Considera assim que “estas pessoas não devem ser impedidas, nos últimos meses de vida, de contactar com as suas famílias, beneficiando do seu carinho e afeto”, sublinhando que “todas as  pessoas têm o direito de morrer naturalmente contactando com amigos e familiares.”

“Ninguém deve ser condenado a morrer, num lar ou num hospital, sem sentir o calor humano da família ou de amigos”, conclui o médico.

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