O Sexo e a Cidade
ADEUS BOBI. XAU VELHOTE!
O cão mais velho do mundo, Bobi, morreu este domingo, aos 31 anos, anunciaram nas suas páginas Karen Becker e Peter Dobias, dois veterinários internacionais, que acompanharam o animal, nascido em Conqueiros, uma aldeia de Leiria.
“Meus queridos amigos, soube hoje uma notícia muito triste: Bobi, o cão mais velho do mundo, faleceu no dia 21 de outubro de 2023. O pai dele, Leonel, tinha apenas seis anos quando Bobi nasceu num pequeno barracão no quintal, e eles tiveram uma aventura fantástica juntos. Ao longo dos últimos meses, eu e o Leonel [dono] temos estado em contacto. No fundo, sabíamos que o inevitável iria acontecer, mesmo que isso não o tornasse mais fácil. Quando conheci Bobi e o Leonel em maio, fiquei profundamente tocada pelo amor, conexão e riqueza de sabedoria sobre a longevidade”, escreveu Peter Dobias, veterinário do Canadá, que esteve em Leiria em maio, para o aniversário dos 31 anos de Bobi.
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No mesmo evento esteve Karen Becker, veterinária australiana, que também escreveu no seu mural, que Bobi, um “doce menino ganhou as suas asas”.
“Apesar de viver mais do que todos os cães na história, os seus 11.478 dias na terra nunca seriam suficientes, para aqueles que o amaram”, acrescentou.
A morte de Bobi, que tem o seu nome inscrito no Guinness World Records, foi também lamentada no perfil de instagram de Le Terrier Studio, um estúdio de fotografia para cães, que fotografou o patudo.
Durante o dia de hoje, a agência Lusa tentou contactar Leonel Costa, o dono do Bobi, mas até ao momento não foi possível.
Foi no dia 11 de maio de 1992 que Bobi. Em casa já havia vários cães e, naquela época, o destino da ninhada era a morte, conta Leonel Costa, 38 anos.
Bobi, com pelo cor de mel, ficou camuflado no meio da lenha e escapou ao mesmo fim dos seus três irmãos. Quando se apercebeu que tinha sobrado um cão, o seu tutor escondeu-o, o que lhe valeu um valente ralhete quando descoberto pelos pais. “Mas valeu a pena”, contou à Lusa, na festa de aniversário do patudo, em maio, onde não faltou o seu prato preferido, a dourada.
“O Bobi é um anjo. Não é um cão nada protetor. Se alguém entrar em casa, ele deixa. É muito sociável, é um doce e adora animais e pessoas”, afirmou ainda Leonel Costa, na altura.
Dois veterinários internacionais presentes na festa dos 31 anos do cão mais velho do mundo, em Leiria, admitem que o segredo da longevidade do canídeo está na comida de humano, liberdade e uma vida social rica.
Karen Becker considerou à Lusa, no dia da festa, que o segredo da longa vida do patudo estará precisamente na comida fresca e diversificada, “boa comida de humano”, que Leonel lhe prepara diariamente, “sem conservantes ou ingredientes sintéticos que não foram altamente processados e com uma quantidade abundante de diferentes nutrientes”.
“O Bobi come peixe todos os dias e o peixe contém ácidos gordos, o ómega 3, dha/epa que nutre o seu cérebro, as células do sangue e a sua pele”, acrescentou.
“O laboratório dos Estados Unidos analisou a bactéria da microbiota e basicamente disse que, comparado às centenas e milhares de amostras que analisaram ele era um ‘unicórnio’. Tinha mais colónias e diversificadas comparativamente com todos os cães que já viram. Quando perguntámos aos microbiologistas a que é que atribuíram essa diversidade, acreditam estar relacionada com a sua dieta”, revelou Karen.
Peter Dobias foi outro dos convidados e referiu que o segredo para um cão viver 31 anos é “ter sorte para ter os genes corretos, a casa certa, as circunstâncias corretas e amigos”. “O Bobi tem amigos e uma excelente família. Além disso, vive numa zona rural. Não está numa trela, nem tem coleira”, sublinhou.
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