Saúde

Adeus ao tormento? Som especial reduz aquele zumbido que volta e meia está a ouvir

NOTÍCIAS DE COIMBRA | 1 dia atrás em 11-12-2025

Uma nova abordagem terapêutica está a abrir caminho para o alívio efetivo do zumbido nos ouvidos — também conhecido como acufeno ou tinido — uma condição que afeta milhões de pessoas em todo o mundo e para a qual existem poucas opções eficazes.

Um ensaio clínico realizado pela Universidade de Newcastle, no Reino Unido, registou uma redução média de cerca de 10% na intensidade do zumbido. O efeito não só foi significativo como persistiu durante aproximadamente três semanas após o fim do tratamento.

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O estudo contou com 77 participantes que sofriam de diferentes tipos de zumbido: toques, assobios, chiados ou batidas inexistentes. As causas do acufeno variam — desde perda auditiva a determinados medicamentos, passando por condições de saúde mental como depressão ou ansiedade.

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Segundo o neurologista e investigador Will Sedley, as terapias atuais focam-se sobretudo em ajudar o paciente a conviver com o sintoma, através de distrações sonoras ou estratégias de habituação. Esta nova técnica tenta algo diferente: reduzir diretamente a perceção do som, interferindo nos padrões de atividade cerebral que o produzem.

No ensaio, o grupo experimental ouviu notas musicais sintéticas ligeiramente modificadas, enquanto o grupo de controlo escutou sons placebo. Todos usaram a terapia online, durante uma hora por dia, ao longo de seis semanas, seguidas de três semanas de pausa. Depois, trocaram de estímulo sem saber qual era o ativo, como consta no ZAP.

Foi apenas nas fases em que os voluntários ouviram os sons terapêuticos que se observou uma redução significativa do zumbido — em média, um abrandamento de cerca de 10%, que se manteve semanas após o fim da exposição.

Embora a diminuição pareça modesta, os especialistas sublinham que, para um sintoma tão persistente e difícil de tratar, esta é uma melhoria clinicamente relevante e um passo importante.

Os investigadores acreditam que, com mais desenvolvimento, o método poderá ser integrado em: aplicações para smartphone, plataformas de música, e áudio do quotidiano, como rádio ou podcasts.

A ideia é permitir que o “tratamento” se acumule de forma natural, discreta e acessível, transformando a terapia numa rotina integrada na vida diária.

O estudo representa um avanço promissor num campo onde as intervenções verdadeiramente eficazes são raras — e oferece um novo caminho para milhões de pessoas que vivem com o som constante que ninguém mais ouve.

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