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 AD promete “mudança segura” em campanha que juntou ex-líderes e algumas polémicas

Notícias de Coimbra com Lusa | 2 meses atrás em 07-03-2024

Imagem: Facebook

A Aliança Democrática (AD) juntou ex-líderes do PSD e do CDS-PP para mostrar unidade à volta de Luís Montenegro, numa campanha com muitos protagonistas que também trouxeram algumas polémicas sobre imigração, aborto e alterações climáticas.

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A mensagem comum foi a crítica dura à governação do PS dos últimos oito anos e a ideia de que só a AD representa a “mudança segura” – lema da coligação pré-eleitoral entre PSD, CDS-PP e PPM, embora este último partido tenha estado ausente dos palcos da campanha, pelo menos até quarta-feira à noite.

Nos últimos dias, acentuou-se o apelo ao voto útil dirigido não só aos desiludidos com o PS, mas diretamente aos potenciais eleitores do Chega, com o argumento de que o protesto nas urnas pode acabar a contribuir para manter o PS no Governo.

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Sempre acompanhado pelas juventudes partidárias, em ambiente ruidoso e festivo, o presidente do PSD manifestou-se desde o primeiro dia convicto numa “grande vitória” mas não quis pedir “maioria nenhuma” e deixou de fora o tema dos cenários de governação.

Luís Montenegro prometeu um país com um crescimento substancialmente maior, impulsionado pela diminuição de impostos, e melhores serviços públicos, com recurso à “capacidade do setor privado e do setor social”.

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Defendeu que o programa da AD terá como efeito travar a emigração dos jovens, “os filhos de Portugal”, que assumiu como “prioridade máxima”, e apostou na reconciliação com os idosos. “Se eu algum dia tiver de cortar um cêntimo numa reforma, demito-me”, assegurou, em Portalegre, a um grupo de reformadas.

O presidente do CDS-PP, Nuno Melo, esteve quase sempre ao lado de Montenegro, como “soldado de um grande exército”, ficando a seu cargo a maioria dos ataques ao secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, retratado nesta campanha como alguém que foi incompetente como ministro e por isso não serve para chefiar o Governo.

O anterior primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, foi o primeiro ex-líder do PSD a aparecer na campanha da AD, com um discurso que causou controvérsia, em que associou a imigração à insegurança.

Também discursaram em comícios os antigos presidentes do PSD Durão Barroso, Luís Filipe Menezes e Marques Mendes, enquanto Pedro Santana Lopes – que saiu do partido em 2018, mas admite regressar – apareceu na Figueira da Foz e Rui Rio em Viana do Castelo.

Do lado do CDS-PP, vieram os ex-líderes Paulo Portas e Assunção Cristas e o antigo dirigente entretanto desfiliado Adolfo Mesquita Nunes, que nas anteriores legislativas deu o seu voto à IL. A AD recebeu também o apoio do presidente da Câmara Municipal do Porto, Rui Moreira, que já contou com o apoio dos liberais.

À polémica sobre a imigração, seguiram-se outras sobre o aborto e as alterações climáticas, a primeira protagonizada pelo vice-presidente do CDS-PP Paulo Núncio, quarto candidato da AD por Lisboa, e a segunda pelo cabeça de lista da AD por Santarém, Eduardo Oliveira e Sousa, que obrigaram Luís Montenegro a dar explicações e afirmar que é ele quem traça o rumo da coligação.

Ao quarto dia de campanha, o presidente do PSD foi atingido por tinta verde por um ativista, em Lisboa, o que motivou a solidariedade dos seus adversários.

Por causa deste episódio, saiu mais cedo da Bolsa de Turismo de Lisboa, onde um pouco mais tarde chegou o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, outro ex-líder do PSD, que ainda se cruzou com Nuno Melo.

A caravana fez cerca de 5.000 quilómetros e passou por todos os distritos do continente, com ações de rua diárias, em que a confusão de apoiantes, comunicação social e meios audiovisuais da própria AD dificultavam o contacto direto com a população local.

As ações de rua também serviram para alimentar a campanha digital da AD, com fotos, vídeos e dois hinos difundidos nas redes sociais e que ecoaram nos comícios, que juntaram entre centenas e mais de duas mil pessoas.

“A mudança está nas tuas mãos” era o refrão do primeiro hino, repetido nas ruas por Luís Montenegro. A música mudou na segunda semana, para um tom mais afirmativo e cantado em todas as iniciativas: “Eu vou, com Portugal, agora é hora de fazer o meu país mudar”.

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