Saúde

Açúcar “alimenta” células cancerígenas?

Notícias de Coimbra | 1 hora atrás em 27-08-2025

Nas redes sociais, multiplicam-se vídeos de supostos especialistas que afirmam que “o açúcar alimenta as células cancerígenas” e que, por isso, evitar o consumo de açúcar pode impedir o desenvolvimento ou a progressão do cancro. Esta ideia, embora muito partilhada, não corresponde à realidade.

Magda Roma, nutricionista especializada em oncologia, esclarece que o cancro é uma doença complexa, com múltiplas causas, e não pode ser explicado por um único fator como o consumo de açúcar.

O açúcar é, de facto, a principal fonte de energia para todas as células do corpo, incluindo as cancerígenas. As células transformam os hidratos de carbono que ingerimos em glicose, que é usada para produzir energia vital ao funcionamento celular.

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O que acontece nas células cancerígenas é que elas têm um metabolismo diferente. Mesmo quando existe oxigénio, preferem usar um processo menos eficiente para obter energia a partir da glicose, conhecido como “efeito Warburg”. Isso faz com que consumam muita glicose, não porque o açúcar “cause” o cancro, mas porque o tumor precisa de muita energia para crescer.

O exame PET, usado no diagnóstico do cancro, aproveita precisamente esta característica, ao localizar áreas do corpo onde o consumo de glicose é mais elevado.

Porém, tentar eliminar o açúcar da dieta para “matar à fome” as células cancerígenas não funciona e pode ser perigoso. Todas as células, saudáveis ou não, precisam de glicose para viver, e o corpo mantém sempre um nível mínimo desta substância no sangue, mesmo que o consumo alimentar seja reduzido.

Em suma, e de acordo com o site do poligrafo, o açúcar não é o “inimigo” direto do cancro, mas uma alimentação saudável e equilibrada é fundamental para a prevenção e para o apoio durante o tratamento.

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