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Acesso à Internet restabelecido na Faixa de Gaza

Notícias de Coimbra com Lusa | 6 meses atrás em 29-10-2023

 O acesso à Internet está a ser restabelecido em Gaza, depois de ter sido cortado na sexta-feira devido os intensos bombardeamentos israelitas, disse hoje a plataforma Netblocks.

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“Dados de rede em tempo real mostram que a ligação à Internet está a ser restabelecida na Faixa de Gaza”, disse na rede social X (antigo Twitter) a Netblocks, que monitoriza a conectividade dos utilizadores e a censura na Internet.

Um colaborador da agência de notícias France-Presse na Cidade de Gaza confirmou que conseguia aceder à Internet e à rede móvel, assim como contactar pessoas no sul do enclave palestiniano.

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A empresa palestiniana de telecomunicações Paltel, a única operadora que presta serviço em Gaza, confirmou na sexta-feira o “corte completo” dos serviços de comunicações, telemóvel e internet, devido aos intensos bombardeamentos.

O corte poderia “servir para ocultar atrocidades em massa” na Faixa de Gaza, sujeita a uma iminente invasão terrestre israelita, alertaram no sábado dois grupos de defesa dos direitos humanos.

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Num comunicado, uma responsável da organização não governamental (ONG) Human Rights Watch, Deborah Brown disse que “este apagão de informação” poderia “servir para ocultar atrocidades em massa e contribuir para a impunidade das violações dos direitos humanos”.

Também a Amnistia Internacional avisou que seria “ainda mais difícil obter informações e provas essenciais sobre as violações dos direitos humanos e crimes de guerra cometidos contra civis palestinianos em Gaza, e ouvir diretamente aqueles que sofrem essas violações”.

“Os civis palestinianos já estão sitiados na Faixa de Gaza e agora também estão presos num completo apagão de comunicações”, lamentou no sábado a ONG de defesa dos direitos humanos, que disse ter perdido contacto com o seu pessoal no enclave.

O primeiro-ministro palestiniano, Mohamed Shtayé, denunciou na sexta-feira o corte total da internet na Faixa de Gaza como uma tentativa de Israel para “obscurecer” o que se passa no enclave palestiniano, controlado pelo movimento islamita Hamas.

O Sindicato dos Jornalistas Palestinianos manifestou a sua preocupação com a segurança dos jornalistas que trabalham na Faixa de Gaza, após os cortes.

O sindicato denunciou a situação como um prelúdio de novos massacres que Israel planeia levar a cabo na Faixa de Gaza, “longe das câmaras dos jornalistas”, tal como noticiado pela agência de notícias palestiniana WAFA.

O Crescente Vermelho palestiniano alertou na sexta-feira que perdeu completamente o contacto com a sala de operações em Gaza e todas as suas equipas que aí se encontram.

Após o ataque de 07 de outubro do Hamas ao sul de Israel, que fez mais de 1.400 mortos, cerca de 5.000 feridos e 229 reféns, os intensos bombardeamentos da retaliação israelita sobre Gaza fizeram, desde então, pelo menos 7.703 mortos e cerca de 19.000 feridos no enclave palestiniano.

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