Coimbra

Académica diz que japoneses não “fizeram proposta séria e concreta”

Notícias de Coimbra | 4 anos atrás em 13-11-2019

Académica “reage a notícias dadas à estampa na comunicação social de Coimbra, no dia de hoje, a propósito de uma eventual proposta de parceria, para a constituição de uma Sociedade Anónima Desportiva, por parte de uma empresa originária do Japão”.

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Os japoneses com dirigentes da Académica no Cidade de Coimbra

A Direcção da Associação Académica de Coimbra  – Organismo Autónomo de Futebol  diz “que não obstante ter ocorrido, há uns meses, uma abordagem, por parte da empresa referida, que solicitou previamente uma visita à Academia da Briosa, e que foi recebida nesse pressuposto, não houve até à data qualquer proposta séria e concreta, para a constituição da referida sociedade, por parte da mesma”.

Acrescenta que “na reunião do último Conselho Académico, alguém que se intitulava representante dessa mesma empresa, tentou intervir na sessão, tendo-lhe sido explicado pelo Sr. Presidente da Mesa da Assembleia Geral que o não poderia fazer, por não integrar o órgão em causa, nem tão pouco ser sócio da Académica OAF, tendo sido, conforme todos os conselheiros podem atestar, convidado a sair da sala, o que veio, aliás, a ocorrer”.

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A Académica prossegue acrescentando que “Meses antes, a mesma pessoa tinha feito chegar à Académica um documento, alegadamente em nome da empresa japonesa em causa, no qual não era definida qualquer percentagem do capital social de uma eventual SAD, a deter pelo investidor, não se aludia a quaisquer competências, orgãos, ou modo de funcionamento da mesma, nem se definia, quantitativamente, qualquer tipo de investimento”.

Segundo a AAC/OAF, essa abordagem, “que grosso modo definia apenas a remuneração do intermediário, foi como algumas outras que têm tido lugar, prontamente desvalorizada pela Direcção da AAC-OAF, por não apresentar credibilidade, nem se ter confirmado, por nenhum meio, a sua autoria”.

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“Assim sendo a Direcção da Académica-OAF desmente categoricamente o estabelecimento de qualquer tipo de parceria com a empresa em causa, mesmo porque existia já um memorando de entendimento com outra empresa, para a constituição da SAD da Briosa”.

O comunicado relembra que “a  Associação Academica de Coimbra-OAF vai sujeitar, no próximo dia 29, a referendo dos sócios, uma proposta de constituição de SAD, com um parceiro que publicamente é conhecido e que, sendo o único que até à data apresentou uma proposta concreta, ambiciosa e vantajosa para a instituição,  é também o único que merece, da parte da Briosa, a credibilidade para se assumir como um parceiro de futuro, na construção de uma Académica maior e mais forte”.

A Académica mente quando diz que diz que o parceiro é conhecido, pois nunca disse quem é o investidor que prometeu investir 30 milhões de euros.

 

Hoje, Notícia de Coimbra publicou uma entrevista onde se pode ler que um grupo japonês quer participar em futura Sociedade Anónima Desportiva (SAD) da Académica (AAC/OAF). Não exige maioria das ações, mas deseja assegurar a gestão da eventual futura entidade.

Notícias de Coimbra conversou com Eduardo Baptista, que representa  MLS Management, um grupo dirigido por uma antiga estrela do futebol nipónico.

Eduardo Baptista está radicado no Japão, onde tem uma longa carreira no setor público e privado, tendo sido diretor do Pavilhão de Portugal na Exposição Mundial Aichi 2005.

Tem origens familiares e desportivas em Coimbra, onde dirigiu a seção de Karate da Académica e se licenciou na Universidade.

Contou-nos que o grupo está interessado em investir em Portugal porque “o futebol português está bem cotado” e porque o “mercado português ainda é um mercado barato em relação a outras ligas europeias”.

Eduardo Baptista revela que os japoneses estavam interessados em comprar uma equipa, mas quando souberam que ele era da Académica, disponibilizaram-se para investir no clube de Coimbra.

Em maio, na primeira vez que fui falar com eles, levava um boné da Académica, eles já sabiam que a Académica era um clube único, revela Eduardo Baptista, que intermediou a aproximação com Pedro Roxo, Presidente da Académica.

Em julho, dois representantes do MLS estiveram em Coimbra, onde negociaram com Pedro Roxo e visitaram as instalações da Académica.

Os japoneses com dirigentes da Académica no Estádio Municipal de Coimbra em meados de 2019

Gostaram de Pedro Roxo, gostaram das instalações, foram bem impressionados, assevera Eduardo Baptista.

O intermediário assegura que existiu troca de informações entre as duas entidades sobre a situação financeira da Briosa.

Pedro Roxo enviou mesmo um “memorandum of understanding” com o objetivo de fechar negócio até agosto, colocando como exigência a antecipação de uma verba na assinatura do “memorando de entendimento”.

Os japoneses, que “não fazem as coisas a mata-cavalos”, entenderam  “que era um timming irrealista” e que o mais adequado seria fazer negócio até final do ano de 2019.

Disponibilizando-se para de imediato trabalharem em conjunto com a direção academista, mas essa sugestão não foi bem acatada por Pedro Roxo, que teria pressa em assinar contrato para garantir a entrada de dinheiro na Académica, gerando um impasse negocial, pois os putativos investidores acham que a pressa não é boa conselheira para quem quer ficar muitos anos em Coimbra.

O representante dos japoneses lamenta que os dirigentes da Briosa não permitam que os sócios possam ter a noção que “há alternativas ao BMG, que serão mais benéficas para a Académica” e adianta que não lhe deixaram apresentar a proposta no último Conselho Académico.

Eduardo Baptista frisa que os investidores não fazem questão de ter a maioria de uma futura SAD, desde que exista um contrato que lhes permita assegurar a gestão profissional do clube. 

Admitindo  que nunca fizeram uma proposta concreta, o pivot dos japoneses dá a entender que o dinheiro não é problema, que a sua proposta não será inferior a outras e garante que o grupo pode assegurar 8 milhões de euros.

A MLS pretende implementar um “modelo japonês de organização”, “a profissionalização da estrutura”, mas sem descartar a presença de Pedro Roxo na SAD.

Admitindo que possam “ter chegado tarde” e que a “proposta não está contabilizada”, os japoneses afirmam que podem avançar com números até final do ano.

É importante que os sócios e órgãos sociais saibam que há possibilidades reais de haver propostas alternativas, que protegem mais a Académica, frisa Eduardo Baptista, que ainda acredita poder apresentar a sua ideia aos sócios da Briosa.

O consultor salienta que os japoneses estão interessados em “puxar para cima” as seções amadoras da Académica e fomentar o intercâmbio empresarial e cultural entre Coimbra e o Japão, destacando desde já a geminação entre Coimbra e Kyoto.

Depois de ter ouvido Maló de Abreu, líder a Assembleia Geral da AAC/OAF, a falar em transparência, Eduardo Baptista espera que os órgãos sociais da instituição passem da palavras aos atos e mostrem aos aos sócios que há mais do que uma proposta. 

Pedro Roxo deixou de negociar porque se comprometeu com outros? Só ele é que pode responder, afirma Eduardo Baptista, antes de garantir que “a nossa ideia é trabalhar com ele e não contra ele, se ele já tem outras opções em mente, não posso dizer”

Para os japoneses é essencial que a Académica seja dos sócios, com o valor histórico que tem, com o emblema que tem, com a identidade que tem,  conclui Eduardo Baptista.

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