Saúde

Abana a perna sem parar? Pode ser o seu cérebro a pedir socorro

NOTÍCIAS DE COIMBRA | 1 dia atrás em 28-05-2025

É um gesto que muitos fazem quase sem se aperceber. Está sentado numa sala de espera, numa reunião ou numa aula e, de repente, dá por si a mexer a perna incessantemente. Embora pareça inofensivo ou apenas um hábito, este movimento automático pode estar a revelar algo mais profundo — e a ciência confirma.

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Segundo o psicólogo Jordi Isidro Molina, especialista em ansiedade, este comportamento pode ser um sinal claro de stress acumulado e ansiedade mal gerida. Não se trata de uma mania ou um simples vício físico, mas de uma resposta do corpo a um cérebro em estado de alerta.

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“É uma forma de libertar tensão quando o nosso cérebro interpreta que está sob ameaça, mesmo que essa ameaça não seja real ou imediata”, explica o psicólogo.

Este tipo de agitação pode surgir em momentos pontuais — como antes de um exame ou uma apresentação —, mas também pode tornar-se constante, refletindo uma fase de maior instabilidade emocional. Nestes casos, o corpo tenta regular a ansiedade através do movimento físico, substituindo reações mais primitivas como o ataque ou a fuga, pode ler-se na Men’s Health.

Apesar de comum, este comportamento merece atenção em certas situações. Se surgir de forma contínua, sem estímulo claro, pode indicar uma perturbação de ansiedade mais profunda. “Quando não há nenhuma situação concreta a justificá-lo, o movimento deixa de ser funcional e torna-se um sintoma de desequilíbrio”, alerta o especialista.

O fenómeno é particularmente frequente em pessoas com personalidades mais ansiosas ou emocionalmente reativas, como quem sofre de perturbações de personalidade dependente, histriónica ou limítrofe. Pode ainda estar associado a certos vícios ou traços obsessivos.

Mexer a perna, por si só, não é motivo de alarme, mas pode ser o reflexo de algo que merece atenção. Se o gesto se tornar persistente e incómodo, o ideal é procurar apoio psicológico ou neurológico para perceber a origem do comportamento.

“O corpo fala — mesmo quando não estamos a ouvir. Um gesto tão simples pode ser o início de um processo de autoconsciência e bem-estar emocional”, conclui Isidro Molina.

Na dúvida, escutar os sinais do corpo pode ser o primeiro passo para compreender melhor o que se passa dentro de si. Afinal, até os pequenos movimentos têm uma história para contar.

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