Desporto
AAC: Bruno Matias diz que Samuel Vilela faz jogo sujo e age de má fé
O candidato mais votado convocou uma conferência de imprensa para, pela primeira vez, se pronunciar o processo eleitoral, cujo resultado tem merecido a contestação do candidato menos votado, que, como se sabe, interpôs uma providência cautelar que impediu posse do novo presidente.
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As duas listas que foram à segunda volta das eleições à Academia de Coimbra não chegaram a um acordo extrajudicial, depois de o candidato derrotado ter interposto uma providência por alegar irregularidades encontradas numa das urnas.
A lista A (Mais Academia), liderada por Samuel Vilela e que tinha perdido a segunda volta das eleições para a lista T (Tu Tens Académica), requereu um processo cautelar, ao Tribunal Cível de Coimbra, tendo sido suspensa a tomada de posse de Bruno Matias como novo presidente da Associação Académica de Coimbra (AAC), marcada para 30 de janeiro.
Samuel Vilela alegava irregularidades encontradas na urna 17, na Faculdade de Medicina, assim como “o extravio de 141 boletins de voto” não utilizados na segunda volta das eleições para a AAC, que decorreu a 02 e 03 de dezembro.
Depois de o Tribunal Cível de Coimbra ter marcado para 03 e 04 de abril as audiências das testemunhas, Ricardo Morgado, presidente da atual direção-geral da AAC, reuniu-se, na semana passada, com os dois candidatos, Samuel Vilela e Bruno Matias, para se procurar a celebração de um acordo extrajudicial, de forma que “a situação frágil da Associação não se prolongasse durante mais tempo”, contou à Lusa.
Nessa mesma reunião, esteve presente o reitor da Universidade de Coimbra, João Gabriel Silva.
Contudo, o processo negocial não foi bem sucedido.
Bruno Matias afirmou hoje, em Coimbra, numa conferência de imprensa, que propôs que o candidato derrotado entrasse “com o processo numa ação principal em tribunal” e “retirasse a providência cautelar”, permitindo a tomada de posse da lista vencedora.
“O candidato rejeitou a proposta” e apresentou a proposta da repetição da urna 17, possibilidade que o líder da lista T não recebeu “com agrado”, por considerar que tal repetição seria feita “num clima de suspeição e de pressão”, para além de “muito duvidosa”, a nível “democrático e do ponto de vista jurídico”.
Bruno Matias criticou a postura de Samuel Vilela, que “rompeu o acordo assumido”, ao “fazer uma declaração pública na sua página oficial de Facebook 30 minutos depois da reunião”, quando estava acordado que iriam usar “o fim de semana para refletir propostas e voltar, na segunda-feira, a reunir para se tentar chegar a um acordo”.
O candidato vencedor afirmou à comunicação social presente que a sua lista não pode aceitar “continuar num processo negocial onde apenas uma das partes se apresenta de boa-fé”, admitindo, porém que está disponível “para novos negociações”.
Samuel Vilela, em declarações à agência Lusa, disse que a sua lista se “dispôs a criar um acordo amigável” entre as duas listas, quando contactado pela atual direção-geral.
A lista A “aceitou retirar a providência cautelar, assim como desistir de uma ação principal nos tribunais, mas a única coisa que a lista não abre mão é a repetição da urna 17”, disse Samuel Vilela, apesar de aceitar que “o voto poderia ser diferente numa repetição da urna” em questão.
Apesar de o acordo ter falhado, Samuel Vilela explicou que continua “disponível para novas negociações, mesmo que a providência seja concedida”.
“Seria relevante a repetição das eleições na urna 17 para que não houvesse margem de dúvidas” quanto aos resultados eleitorais, concluiu.
De acordo com o comunicado da lista de Samuel Vilela divulgado em dezembro, na urna 17 surgiu uma variação de intenções de voto de menos 21% para a Lista A e de mais 26% para a lista T, sendo que a lista de Bruno Matias teve uma média de variação nas outras urnas entre 00% e 08% e a lista A entre menos 05% de votos e mais 06%.
A instabilidade na AAC já levou à demissão do vice-presidente Luís Filipe Silva da atual direção-geral e de um elemento do Conselho Fiscal, Carolina Rocha.
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