Saúde

A verdade dolorosa sobre ser ruivo: feridas cicatrizam mais devagar

NOTÍCIAS DE COIMBRA | 9 minutos atrás em 18-11-2025

Um novo estudo sugere que a cor do cabelo pode influenciar a velocidade com que as feridas cicatrizam. Investigadores da Universidade de Edimburgo, no Reino Unido, descobriram que uma variante genética associada ao cabelo ruivo pode retardar o processo de cicatrização.

A cor do cabelo é fortemente determinada pelo gene MC1R, que codifica uma proteína responsável pelo equilíbrio entre pigmentos preto-acastanhados e vermelho-amarelados nos folículos capilares. Enquanto pessoas com cabelo castanho ou preto têm variantes ativas desta proteína, a maioria dos ruivos possui formas menos ativas ou completamente inativas devido a mutações.

A mesma proteína encontra-se também na pele, onde desempenha funções anti-inflamatórias. Os cientistas decidiram então investigar se isso afetaria a cicatrização de feridas, que depende de uma resposta inflamatória breve: suficiente para limpar micróbios e células mortas, mas não excessiva, para não prejudicar o processo.

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No estudo, publicado recentemente na PNAS, os investigadores criaram cirurgicamente feridas de 4 milímetros nas costas de ratos com cabelo preto e ruivo. Uma semana depois, as feridas dos ratos ruivos tinham encolhido apenas 73%, em comparação com 93% nos ratos de cabelo preto.

A equipa testou também um fármaco experimental que aumenta a atividade da proteína MC1R ativa. Após uma semana, as feridas dos ratos tratados encolheram, em média, 63%, mais do dobro da taxa observada nos animais de controlo. O medicamento atua reduzindo o número de células imunitárias inflamatórias, acelerando assim a cicatrização.

Embora os resultados sejam promissores, especialmente para tratar feridas crónicas, os cientistas alertam que ainda não há dados em humanos. Segundo a New Scientist, se os ruivos humanos apresentarem cicatrização ligeiramente mais lenta, o efeito é provavelmente pequeno e dificilmente perceptível.

O estudo abre caminho para novas abordagens no tratamento de feridas, mesmo em pessoas com variantes genéticas que tornam a proteína MC1R menos ativa.

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