O Sexo e a Cidade

A PORTUGAL ACONTECE TUDO…

OPINIÃO | Rui Avelar | 7 horas atrás em 02-05-2025

Não bastava o apagão, ocorrido segunda-feira, acabado de descrever pelo semanário Expresso como uma das piores crises que Portugal sofreu.

Portugal continental, entendamo-nos, pois Açores e Madeira escaparam ao colapso energético, cuja duração foi superior a 10 horas em alguns pontos do país.

Ao apagão seguiu-se a divulgação de uns pares de clientes da Spinumviva, empresa que, até há pouco tempo, pertenceu a Luís Montenegro, investido no cargo de primeiro-ministro há 13 meses.

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Segundo o Expresso, Montenegro esperava que os tais pares de clientes não fossem do domínio público antes do acto eleitoral aprazado para 18 de Maio, embora ele tenha comunicado o elenco, esta semana, à Entidade da Transparência.

Os clientes da Spinumviva que eram publicamente desconhecidos foram comunicados por Montenegro à Entidade da Transparência por se lhe afigurar útil imediatamente antes do debate com Pedro Nuno Santos? Ou estaria o chefe do Governo convencido que aquilo só seria público depois de 18 de Maio? É provável que hajam sido encarados os dois cenários e que, à cautela, uma das eminências pardas em redor do primeiro-ministro tenha achado por bem cavalgar a vitimização associada à divulgação dos clientes da Spinumviva.

Aquilo por que devemos indignarmo-nos consiste em haver “lata” para pôr em xeque a imediata divulgação, independentemente de como ela ocorreu.

Defender, como faz Hugo Carneiro (PSD), ex-apoiante indefectível de Rui Rio, que divulgar os clientes da Spinumviva é comparável a tornar públicos dados pessoais de um cidadão anónimo constitui um disparate… e dos perigosos.

Que lugar resta para a informação de interesse público, fomentadora do escrutínio e da transparência? Atrever-se-ão quantos carneiros a fazer “gato-sapato” dos direitos dos cidadãos à informação pertinente?

Mas nem só no seio do PSD isto causa calafrios. Diz o Expresso que Montenegro “foi forçado” à revelação dos tais clientes da Spinumviva e que esperava não os ver tornados públicos antes de 18 de Maio.

Há um Portugal no PS e consta que também ele gostaria de a sociedade gestora de participações sociais Trivalor não aparecer no elenco de clientes da Spinumviva. A Trivalor abrange a sociedade Sogenave e empresas fornecedoras de refeições em grande escala.

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