O Coimbra Região Gastronómica 2025, que terminou este domingo, 16 de novembro, no Convento São Francisco, deixou um alerta claro sobre o futuro da culinária portuguesa.
Para Fernando Brandão, do guia Boa Cama Boa Mesa, a gastronomia tradicional “pode mesmo desaparecer” se nada for feito para travar a perda de conhecimento.
“O problema é simples: as tascas são geridas por pessoas com mais de 60 ou 70 anos, e os filhos não querem continuar. Há técnicas e receitas que podem desaparecer de um dia para o outro”, explicou durante um painel no palco Praxis.
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Para o especialista, o caminho passa por mudar mentalidades entre os mais novos. “O fine dining não é tudo. A verdadeira riqueza está nos produtos portugueses — no arroz carolino, no peixe da Figueira da Foz, na carne da serra, no leitão. Isto pode ser tão ou mais lucrativo.”
Outro tema quente foi a falta de mão de obra. “Hoje os supermercados pagam mais, dão dois dias de folga e pagam horas extra. A restauração não consegue competir”, disse. A solução? “Boas remunerações e estabilidade”, sublinhando “sem imigrantes, a restauração não seria viável em lado nenhum do país”.
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