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A família de Maria vendeu (literalmente) as horas durante mais de 30 anos

NOTÍCIAS DE COIMBRA | 1 hora atrás em 12-05-2025

Imagem: BBC

Num mundo anterior ao das notificações automáticas e dos relógios digitais sincronizados por satélite, houve quem dependesse de um serviço bastante peculiar: comprar a hora certa. Essa era a missão da família Belville, que durante mais de 100 anos fez negócio com o tempo — literalmente.

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A história começa no século 17, com a criação do Observatório Real de Greenwich em 1675 por ordem do rei Carlos II. O objetivo era claro: melhorar a navegação marítima, tornando Greenwich o centro de referência global para a longitude… e, com o tempo, para a própria hora.

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Foi no século 19, em plena Revolução Industrial — quando a sincronização dos relógios se tornou essencial para o funcionamento de comboios e comunicações — que John Belville percebeu o valor comercial da precisão horária. Ex-funcionário do Observatório, Belville começou a visitar semanalmente diversos clientes em Londres com o seu fiável relógio de bolso, sincronizado com os cronómetros de Greenwich. Por uma pequena taxa, oferecia-lhes aquilo que hoje damos como garantido: a hora certa, pode ler-se no ZAP.

Após a sua morte, a mulher, Maria, deu continuidade ao negócio durante 36 anos, mantendo vivo o ritual de levar o tempo até aos londrinos. Mas foi a filha, Ruth Belville, que se tornaria conhecida como a “Senhora do Tempo de Greenwich”. Percorrendo a cidade com o mesmo relógio , chamado “Arnold”, um modelo de altíssima precisão , Ruth manteve a tradição viva até 1940, altura em que se reformou aos 86 anos.

Apesar da chegada dos relógios públicos, dos sinais eléctricos e até da rádio, o serviço da família Belville manteve-se relevante muito para além do esperado. A confiança, a fiabilidade e uma ligação quase emocional ao tempo de Greenwich tornaram este negócio único num símbolo de outra era.

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