Saúde
A canção que o Alzheimer não consegue apagar (há músicas que podem despertar memórias)
Imagem: depositphotos.com
Se tem um familiar com perda de memória, há uma forma simples e poderosa de o ajudar a reviver momentos do passado: a música.
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Criar uma playlist com canções marcantes das décadas de 60, 70 ou 80 — especialmente aquelas ligadas a momentos significativos da vida da pessoa — pode ser mais do que um gesto afetivo. Pode ser uma ferramenta terapêutica.
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Um novo estudo do Brain and Creativity Institute, da Universidade do Sul da Califórnia (USC), publicado na revista científica Human Brain Mapping, mostra que ouvir músicas com forte carga emocional reativa zonas do cérebro associadas à memória e ao prazer, mesmo em pessoas com Alzheimer.
Usando técnicas de ressonância magnética funcional, os investigadores observaram a ativação de duas áreas-chave: a rede de modo padrão, ligada à recordação e autorreflexão e os circuitos de recompensa, responsáveis por sensações prazerosas.
Segundo os cientistas, canções com valor emocional contribuem para a reativação de memórias adormecidas e para o bem-estar emocional e cognitivo. “A música toca a nossa identidade. Está associada a experiências pessoais únicas — é por isso que pode ser tão poderosa”, explicam.
Com base nestas conclusões, os especialistas recomendam a criação de playlists personalizadas, com músicas da juventude ou de fases felizes da vida, como forma complementar no apoio a doentes com demência ou Alzheimer.
Apesar de serem necessários mais estudos para confirmar os benefícios clínicos em larga escala, esta prática já é utilizada por alguns cuidadores e profissionais de saúde como estratégia de estimulação cognitiva não invasiva.
Em suma, um simples gesto — como pôr a tocar aquela música especial do primeiro amor ou da adolescência — pode trazer à superfície memórias que pareciam perdidas, proporcionando momentos de conexão profunda com quem já vive com as sombras do esquecimento.
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