Comer é um ritual de sobrevivência e a “gastronomia é a arte de usar comida para criar felicidade” – pensa o filósofo inglês Theodore Zeldin. Para se ser feliz e ter confiança em si mesmo, é preciso comer bem, seja com uma cozinha tradicional ou gourmet; os cozinheiros devem, de preferência, utilizar os produtos locais para recriarem essa felicidade – que tem tanto de satisfação como de poético.
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Em Coimbra há muitos espaços cénicos, mas O Palco é um paraíso gastronómico. Aí conjuga-se a magia do chef Marco Almeida e da manager Ana Vinagre. O restaurante é intimista, bem decorado, com materiais nobres. Quem entra tem vontade de se aconchegar num dos bancos corridos, próprio para famílias ou grupos de amigos. Mas há outros ambientes que surpreendem pela sobriedade e requinte. Foi pensado para as pessoas: o conforto, o bom-gosto e, principalmente, um atendimento delicado.
O restaurante segue o conceito quilómetros – de origem italiana – para explicar que os alimentos são consumidos a pouca distância do local onde são produzidos. O chef afirma que não precisa de muitos quilómetros para comprar os produtos e confecionar os seus pratos, constituindo um motivo de orgulho.
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Para os empreendedores é preciso promover a economia local, estimular a produção familiar e aumentar o consumo de produtos alimentares conforme a sazonalidade. A gastronomia exige paixão, sensibilidade e sentidos aguçados. Um bom cozinheiro conhece os ingredientes como a palma da sua mão, aliás, as mãos são instrumentos essenciais da criatividade, e o chef Marco Almeida faz jus a essa arte de sabores únicos.
O Palco tem preocupações ambientais e de sustentabilidade. Compra produtos locais (reduzindo a pegada ecológica) a granel (evitando o uso de sacos ou embalagens), além de reciclar tudo o que é possível. “Acreditamos que a melhor forma de respeitar o produto é relembrar a sua escassez. Promovemos os produtores locais, apoiamos o seu crescimento, e ao fazê-lo, acreditamos que esse saber se manterá, porque são eles que conhecem a terra melhor do que ninguém. Na nossa página na internet (www.o-palco.pt) há uma série de vídeos de promoção com cada um dos produtores com os quais trabalhamos.
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Para evitar o desperdício o restaurante trabalha com menu degustação, para controlar o nível da produção diária. “Tentamos aproveitar um só produto para as mais diversas produções em cada prato e trabalhamos com a plataforma Too Good to Go, onde vendemos os excedentes, quando existem: como é o caso do pão ou pasteis de nata”, acrescenta o chef.
O Pastel de Nata de Tremoço e o Pastel de Pata Roxa são de encher os olhos e de fazer cócegas às papilas gustativas. Há, ainda, as estrelas do menu: caracóis – pela ousadia e diferença; arroz de bivalves, algas e enguia fumada; rosas – sobremesa de homenagem à Rainha Santa Isabel. Se nunca imaginou “comer a olhar para o céu”, como dizia o escritor brasileiro, Millôr Fernandes, pode fazê-lo no restaurante O Palco.
Os pratos do menu são exclusivos, servidos em loiça tradicional de Coimbra; as mesas são de mármore, as cortinas de organza branca, as paredes azuis decoradas com obras de artistas plásticos, as cadeiras e os sofás vestem de veludo azul e amarelo, e tudo isto mistura-se com a música popular brasileira e portuguesa.
Tudo o que os sentidos precisam é de um palco para os aromas da terra, mas só os grandes chefes nos alimentam a alma.
O Palco fica na avenida Dom Afonso Henriques, nº55, em Coimbra. Abre à segunda. quinta, sexta e sábado para almoçar e jantar e aos domingos para almoço.
reservas@o-palco.pt | 938 451 205
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