O incêndio que começou no dia 13 de agosto no Piódão, no concelho de Arganil, continua a assolar a região, atingindo seis concelhos e sendo já considerado o maior incêndio a nível nacional.
A devastação é total, mas a solidariedade cresce à medida que o fogo avança.
No terreno de Vasco Coimbra, em Vila Pouca da Beira, Oliveira do Hospital, a destruição é evidente. “Em 2017 fiquei sem nada. Agora, em 2025, tornei a ficar sem nada. Apenas consegui salvar os animais”, desabafa Vasco, enquanto trabalha para reconstruir o abrigo de 70 ovelhas e outros animais que conseguiu salvar das chamas.
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A ajuda chega através da associação MAAVIM (Movimento Associativo de Apoio às Vítimas do Incêndio de Midões), cuja intervenção é crucial para que os pequenos agricultores consigam alimentar os animais. Nuno Tavares Pereira, porta-voz da MAAVIM, explica a urgência da situação: “Os animais não têm pasto. Estão a andar nos sítios queimados, comem borralha, inalam fumo e acabam por adoecer ou morrer. É um trabalho que tem que ser feito logo. Não se pode esperar.”
A solidariedade, segundo Nuno, é também uma questão de proximidade e ação direta: “Algumas pessoas têm palha ou ração e levamos diretamente aos pastores, aos que mais precisam. O mais importante é chegar rapidamente com alimentação aos animais”.
Vasco reconhece a importância desta ajuda imediata: “Quero agradecer à MAAVIM, ao Nuno e a todas as pessoas que me estão a ajudar. Sem eles não seria capaz de dar de comer aos animais.”
A situação evidencia não só a força devastadora do fogo, mas também a resiliência e solidariedade que surge em momentos críticos. Nos últimos oito anos, os avisos sobre prevenção não foram totalmente ouvidos, e agora o interior do país paga o preço: casas, terrenos e meios de subsistência foram destruídos, deixando os pequenos agricultores dependentes da ajuda de organizações como a MAAVIM.
Vasco Coimbra, que já passou pelo mesmo drama em 2017, enfrenta agora mais um desafio, com o apoio da comunidade: “É a solidariedade que nos permite continuar. Ainda há muito trabalho, mas cada ajuda conta.”
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