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Fast food está a “encolher” o nosso cérebro

NOTÍCIAS DE COIMBRA | 2 horas atrás em 05-05-2025

Imagem: depositphotos.com

Os contra do fast food para o corpo são amplamente conhecidos, mas uma nova investigação aponta agora para um impacto preocupante noutra área: o cérebro.

Um estudo conduzido por investigadores da Universidade de Sydney, na Austrália, revela que dietas ricas em gorduras saturadas e açúcares refinados podem comprometer funções cognitivas essenciais, mesmo em pessoas jovens e saudáveis.

A investigação, publicada recentemente no International Journal of Obesity, recorreu a tecnologia de realidade virtual (RV) para avaliar a relação entre alimentação e capacidades cognitivas. Participaram no estudo 120 jovens adultos, cujos hábitos alimentares foram analisados ao longo do ano anterior. Em seguida, os voluntários tiveram de completar um exercício de navegação num labirinto virtual, procurando localizar um baú do tesouro usando pistas visuais.

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O desempenho no teste revelou diferenças marcantes: os participantes com maior consumo de gordura e açúcar apresentaram dificuldades significativas em encontrar o baú, mesmo depois de os dados terem sido ajustados para o índice de massa corporal (IMC) e memória de trabalho.

Segundo Dominic Tran, investigador principal, os resultados indicam que este tipo de alimentação pode afetar o funcionamento do hipocampo, área do cérebro associada à memória e à orientação espacial. “Mesmo em pessoas com um IMC considerado normal, uma dieta desequilibrada foi suficiente para afetar negativamente a cognição”, explicou.

Ainda que o estudo não prove uma relação de causa-efeito direta, os resultados estão em linha com experiências anteriores em animais, que também revelaram prejuízos na memória e aprendizagem associadas a dietas ricas em alimentos processados, pode ler-se no ZAP.

Apesar do alerta, os investigadores deixam uma nota positiva: o impacto parece ser reversível. “Acreditamos que alterações na dieta podem restaurar a função do hipocampo e melhorar a capacidade de orientação e aprendizagem, o que é fundamental para tarefas do dia a dia”, acrescenta Tran.

Este estudo reforça a ideia de que os efeitos da má alimentação vão muito além do peso corporal ou do risco de doenças físicas. A saúde mental e cognitiva pode estar a ser prejudicada de forma silenciosa — e desde cedo.

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