Crimes

Coimbra foi o ponto de partida para esquema de imigração ilegal

NOTÍCIAS DE COIMBRA | 6 horas atrás em 07-05-2025

A Polícia Judiciária (PJ) realizou a operação “Gambérria”, que resultou na detenção de 13 indivíduos envolvidos numa rede criminosa que facilitava a entrada e permanência ilegal de imigrantes em Portugal.

A operação, que teve início em 2023, foi coordenada pela PJ do Centro e culminou com a apreensão de documentos e a desarticulação de um esquema que atuava em várias regiões do país.

Foram revelados os detalhes da investigação que durou mais de um ano. Segundo o diretor da Polícia Judiciária do Centro, Avelino Lima, o grupo criminoso operava em duas frentes: uma na região Centro e outra na região de Lisboa. “Havia uma articulação entre as duas áreas, com o objetivo de facilitar o processo de legalização de imigrantes para cidadãos oriundos da América do Sul, dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) e da Índia”, afirmou.

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De acordo com o diretor da PJ do Centro, o esquema funcionava com os imigrantes a pagar quantias elevadas para que o grupo lhes fornecesse a documentação necessária para obter o título de residência em Portugal. Muitos desses imigrantes, apesar de possuírem o título de residência, nunca chegaram a estar efetivamente em território nacional, utilizando-o para entrar e trabalhar em outros países da União Europeia.

Um dos detidos era representante fiscal de 18 mil imigrantes, indicou.

A operação revelou que o grupo, além de facilitar o processo de legalização ilegal, também agia como intermediário, oferecendo serviços a cidadãos estrangeiros que procuravam a legalização em Portugal. “Sabemos que muitas dessas pessoas, por via legal, provavelmente conseguiriam o título de residência em Portugal, mas devido ao seu historial criminal ou dificuldades no processo, recorreram a este grupo para uma facilitação criminosa”, explicou Avelino Lima.

Durante a operação, que envolveu uma ampla investigação que se estendeu até 2023, foram detidos sete cidadãos portugueses e seis estrangeiros. Avelino Lima confirmou que o grupo criminoso estava bem estruturado, com diversos tentáculos em várias regiões, e destacou que a operação ainda não está encerrada. “A operação não está concluída. Há muito mais trabalho a ser feito. A investigação continua, e acreditamos que poderão surgir mais detidos à medida que a análise das provas apreendidas avança”, frisou.

Revelou ainda que o grupo criminoso estava fortemente presente nas redes sociais, utilizando plataformas como meio de divulgação das suas ofertas fraudulentas. “Os cidadãos estrangeiros que residem em Portugal começaram a perceber que havia um mercado a ser explorado e começaram a oferecer este serviço de facilitação criminosa. O uso das redes sociais foi uma das formas de contactar os potenciais clientes”, explicou.

A cidade de Coimbra foi identificada como um dos pontos principais onde esta rede criminosa começou a operar. “Foi em Coimbra que os primeiros elementos do grupo começaram a perceber que poderiam explorar essa oportunidade de negócio e, a partir daí, expandiram-se para a região de Lisboa”, afirmou Avelino Lima. Coimbra foi, assim, o ponto de partida para o desenvolvimento e a expansão do esquema que se alastraria por outras regiões.

Embora a operação tenha desmantelado a rede criminosa, a investigação continua em aberto. “Temos a certeza de que esta operação vai dar frutos e que mais envolvidos podem ser localizados. Estamos a analisar tudo o que foi apreendido para avançar com novas diligências”, revelou.

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