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Cátia troca Lisboa pelo campo e transforma a vida em Aigra Nova: “Foi amor à primeira vista”
A aldeia de Aigra Nova recebeu recentemente uma visita promovida pela Turismo Centro de Portugal para dar a conhecer projetos locais que unem tradição, turismo sustentável e preservação ambiental.
Mas entre as iniciativas, o destaque vai para a história de Cátia Lucas, de 32 anos, que deixou Lisboa para viver na pequena aldeia há quatro anos.
Cátia, formada em turismo e ambiente, conta que a mudança não foi repentina, mas sim uma escolha gradual: “Os principais culpados foram os meus pais. A nossa família sempre foi escoteira e, com 16 anos, vieram acampar aqui por acaso. Foi amor à primeira vista. Sempre foi um sonho de família largar a cidade e viver para o campo”, revela.
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A jovem destaca que a ligação à aldeia foi consolidando-se com a oportunidade de trabalho. “Veio primeiro o pai, depois a mãe, que é professora de ensino especial. Eu e a minha irmã continuámos os estudos fora, mas foi uma mudança muito natural. Hoje, se me perguntassem se voltaria para Lisboa, não, nem que me pagassem. Não trocava Aigra Nova por Lisboa. Até porque estas cabrinhas e ovelhas não há lá!”, conclui, sorrindo.
Cátia é responsável pelo rebanho comunitário, um projeto que surgiu após os incêndios de agosto. “Na altura ficámos aqui a defender a aldeia, para proteger o território do fogo, e percebemos que o único rebanho corria risco de desaparecer. Foi assim que nasceu a ideia do rebanho comunitário”, explica. O projeto une preservação ambiental e turismo alternativo, permitindo experiências como “pastor por um dia”, ordenha e ateliers de queijo, promovendo uma economia circular em pequena escala.
Outro projeto que Cátia coordena é a Maternidade das Árvores, um viveiro de árvores autóctones com apadrinhamento de plantas e atividades de educação ambiental. “Trabalhamos com a comunidade e incentivamos os jovens a compreender a importância de florestas nativas, mais resilientes aos incêndios. Todos os anos, em parceria com a Fundação Benfica, plantamos 10 mil árvores em zonas afetadas pelos fogos”, acrescenta, destacando uma ação especial marcada para 28 de novembro, que contará com voluntários, escolas e jogadores do Benfica.
Além dos projetos culturais e ambientais, a aldeia oferece experiências gastronómicas típicas, com broas de milho, broas de carne e filhozes com mel de ouro, além de alojamento local e loja de artesanato aberta quase todos os dias do ano.
Cátia conclui: “A qualidade de vida aqui é incomparável. O ar puro, a natureza, e claro, estas cabrinhas e ovelhas, fazem toda a diferença. A vida em Aigra Nova é única, e estou muito feliz por ter feito esta escolha.”
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