Escolas

Associação humanitária da Mealhada vai reabilitar escola em São Tomé e Príncipe

Notícias de Coimbra com Lusa | 1 ano atrás em 08-03-2023

 A Associação Humanitária Gongô, com sede na Mealhada, está a desenvolver um projeto de reabilitação de uma escola em São Tomé e Príncipe, que deve estar concluído em abril de 2024, revelou hoje a presidente da organização.

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“O projeto para a Escola Primária de Águas Belas prevê a reabilitação do telhado, bem como da casa de banho, pintura de paredes e a construção de uma cerca para os animais não passarem. Gostaríamos muito que este trabalho estivesse concluído em abril do próximo ano”, avançou Paula Gradim, fundadora e presidente da Gongô, que significa amar em dialeto são-tomense.

Em declarações à agência Lusa, Paula Gradim explicou que este é o primeiro grande projeto desta associação, constituída em julho d e que se encontra em fase de recolha de apoios financeiros.

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“Numa fase seguinte, vamos tentar arranjar forma de terem luz, com instalação de painéis solares. Em São Tomé anoitece cedo e quando os alunos saem da escola, pelas 17:30, já é noite”, acrescentou.

De acordo com a presidente da Gongô, esta escola, frequentada por 14 alunos, fica num local remoto, a cerca de 20 quilómetros da cidade de São Tomé, mas que demoram cerca de 90 minutos a serem percorridos por caminhos em terra batida.

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“A escola precisa de tudo para poder proporcionar dignidade às crianças que a frequentam. É uma escola em que as crianças que a frequentam nos disseram que precisam de galochas para não terem os pés nos excrementos dos animais quando estão em sala de aula, em que lhes chove em cima e em que o professor nem sempre consegue ir dormir a casa porque chove muito e não consegue percorrer o caminho de regresso na sua mota”, descreveu.

À Lusa, Paula Gradim referiu que esta escola lhe foi indicada por uma professora da Escola Portuguesa de São Tomé, que acabou por conhecer quando participou numa missão de voluntariado, levada a cabo por uma organização não-governamental, em São Tomé e Príncipe, durante duas semanas do ano de 2019.

“Quando voltámos, eu e outros três voluntários do concelho da Mealhada que participámos, ficámos sempre com o bichinho e São Tomé nunca mais nos saiu da cabeça e do coração. Estávamos conscientes de que ficou muito por fazer e que seria melhor criar uma estrutura para podermos levar ajuda para lá, tendo empresas a trabalhar connosco e contando com o apoio do Município da Mealhada”, vincou.

Em 2021, Paula Gradim decidiu regressar a São Tomé, a título particular, tendo ficado hospedada em casa dessa professora da Escola Portuguesa de São Tomé, que a ajudou a encontrar esta “escolinha muito pequenina”.

“Na altura, levámos algum material escolar que tínhamos recolhido a título particular e estabelecemos contactos com professor da escola, bem como outros contactos que nos vão ajudar logisticamente no local, para reabilitar a escola”, acrescentou.

Desde então, vem mantendo contactos regulares com o professor da Escola Primária Águas Belas, que pretendem que se estendam mesmo depois da reabilitação do estabelecimento de ensino, de forma a garantir “a manutenção do espaço”.

“Mesmo depois de reabilitar a escola, pretendemos manter uma proximidade com os alunos e com o professor. É muito importante que se sintam acompanhados, para que possam aprender a manter os equipamentos e como melhor usufruírem e respeitarem estes espaços, que culturalmente não aprenderam a valorizar”, alegou.

A associação está a preparar a sua apresentação pública, que deverá ocorrer a 12 de maio.

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