As obras de requalificação do centro histórico de Loulé trouxeram à luz mais uma parte esquecida da história da cidade.
Durante os trabalhos junto à Igreja Matriz de Loulé, foram encontradas pelo menos 30 sepulturas com ossadas humanas, num local já conhecido por conter vestígios arqueológicos.
Segundo Rui D’Almeida, arqueólogo municipal, a descoberta não surpreendeu os especialistas. “Era prática comum existirem áreas cemiteriais em redor das igrejas antigamente”, explicou ao Correio da Manhã.
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O antigo cemitério, que existia junto à igreja, foi trasladado em 1873 para outro local. “As sepulturas que estavam a uma maior profundidade acabaram agora por aparecer”, adiantou o arqueólogo.
Após a descoberta, uma equipa de três antropólogos iniciou os trabalhos de remoção e análise dos restos mortais, que serão posteriormente armazenados. “Em laboratório conseguimos estimar o sexo, a idade, perceber a ascendência da pessoa e o tamanho”, explicou Bernardo Quitério, um dos antropólogos no terreno.
Os vestígios encontrados abrangem cerca de oito séculos de história, e os investigadores estimam que os restos humanos tenham sido depositados entre os séculos XVI e XVIII.
As análises irão também permitir perceber quantos corpos estavam realmente sepultados no local, já que “uma sepultura pode conter mais de uma pessoa”, acrescentou Rui D’Almeida.
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