PCP de Coimbra critica “ausência” de política cultural no município

O PCP de Coimbra criticou hoje o que diz ser a ausência de uma política cultural no município e exigiu a revogação do regulamento de apoios à atividade cultural, datado de 2003 e desatualizado, afirma.
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Em conferência de imprensa realizada hoje, Francisco Queirós, vereador da CDU que por norma vota favoravelmente as opções da maioria socialista, notou a “ausência de uma política cultural no concelho de Coimbra” e frisou que o Regulamento Municipal de Apoio ao Associativismo Cultural, criado há 15 anos, está “aparentemente em vigor”, apesar de não ser conforme o quadro legislativo atual, frisou.
“Tem um enquadramento legal que já não existe e a Câmara não o revogou”, afirmou Francisco Queirós.
O PCP sustenta que a política cultural do executivo do PS “limita-se à atribuição de apoios diretos com critérios de ponderação desadequados à realidade do concelho e pouco transparentes, que pouco responde às características específicas do tecido associativo, cultural e recreativo de Coimbra”.
Francisco Queirós criticou, nomeadamente, que um dos critérios de atribuição de apoios seja o público dos espetáculos e iniciativas culturais, alegando que estas têm características muito diversas e são promovidas por entidades muito diferentes entre si, desde companhias profissionais ou semiprofissionais, até organismos amadores e associações locais.
Francisco Queirós assinalou ainda que os apoios da autarquia à iniciativas culturais tiveram “300 mil euros de redução” e quer que a Câmara Municipal reforce as verbas ainda no decorrer deste ano.
O vereador da CDU voltou a insistir na criação de um Conselho Municipal da Cultura, uma proposta que já tem alguns anos e cuja não concretização, segundo Francisco Queirós, sugere que a autarquia “está de costas voltadas e por vezes em guerra com os agentes culturais”.
Presente na conferência de imprensa, Manuel Rocha, deputado municipal da CDU, considerou que a existência de um regulamento “igual para todos, é uma má ideia”, lembrando a diversidade de iniciativas culturais em Coimbra.
“A cultura não é necessariamente eventos, é um programa contínuo de cidadania”, defendeu Manuel Rocha.
Na sessão, o PCP anunciou que irá promover, ao longo dos próximos meses, encontros e reuniões com as entidades e associações culturais do concelho de Coimbra, um trabalho de define de “proximidade” com organismos profissionais e amadores para “sistematizar propostas de soluções que correspondam às necessidades avaliadas”.
Essas propostas, defende o PCP, pretendem contribuir para a construção e definição “duma verdadeira política cultural para o município e de um regulamento que lhe dê corpo”.
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