PS apoia recandidatura de Manuel Machado à ANMP

Notícias de Coimbra | 6 anos atrás em 06-12-2017

Os autarcas socialistas apoiam a recandidatura de Manuel Machado para presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP), mas o social-democrata Carlos Carreiras critica a “subordinação forte” do autarca do PS ao Governo.

PUBLICIDADE

manuel_machado

Segundo Rui Santos, dirigente da ANA-PS (Associação Nacional de Autarcas do Partido Socialista), o atual presidente da ANMP foi reeleito para a presidência da Câmara de Coimbra e “está no exercício das suas funções”.

PUBLICIDADE

publicidade

PUBLICIDADE

publicidade

“Julgo que estes quatro anos houve ganhos significativos relativamente àquilo que eram as intervenções, sobretudo no período da ‘troika’, que coartavam a autonomia dos municípios. Isso foi reganhado”, disse à Lusa o também vogal do conselho diretivo da ANMP.

PUBLICIDADE

O congresso da ANMP realiza-se no sábado, em Portimão, para eleger os novos órgãos para o mandato 2017-2021, de acordo com os resultados das eleições autárquicas de 01 de outubro.

Na sequência da vitória do PS, que conseguiu o maior número de câmaras, o também presidente da autarquia de Coimbra anunciou esta semana que se recandidata a um novo mandato para a ANMP continuar a dignificar o poder local e os autarcas.

Rui Santos adiantou que, querendo o atual presidente da ANMP avançar para novo mandato, e “tendo o apoio do Partido Socialista”, a ANA-PS apoia, “obviamente, o Dr. Manuel Machado” para o cargo.

À Lusa, Carlos Carreiras disse que garantiu, “ao longo do tempo, todo o relacionamento institucional com o presidente da associação”, mas admitiu que sai “com alguma frustração, por este mandato, pelo menos, não ter estado ao nível daquilo que eram as suas expectativas”.

O social-democrata que cessa funções no conselho geral da ANMP, por sua iniciativa, apontou a necessidade de “ter uma associação de municípios forte e com capacidade para, não estando de acordo”, colocar desafios ao Governo e “ajudar o país a crescer”.

O também presidente da Câmara de Cascais criticou o atraso no processo de descentralização de competências para as autarquias e o recente anteprojeto de revisão da Lei das Finanças Locais, apresentado pelo Governo na semana passada à ANMP, que só entrará em pleno em 2023, quando as competências devem passar até 2021.

“É todo um processo em que o Governo esteve mal e a Associação Nacional de Municípios também tem estado mal, porque tem um grau de subordinação forte ao próprio Governo”, lamentou Carlos Carreiras.

O autarca reconheceu que “todos os governos não respeitam a atual Lei das Finanças Locais” e sustentou que “a Associação Nacional de Municípios “tem de ter um papel não de subordinação”, mas reivindicativo.

Nesse sentido, recordou os anteriores mandatos do social-democrata Fernando Ruas, que teve vários “níveis de reivindicação com governos do PSD”, apesar do diálogo, e do socialista Mário de Almeida, com governos socialistas.

“Agora parece que está ali uma caixa-de-ressonância do Governo”, desabafou Carlos Carreiras.

Confrontado com estas críticas, Rui Santos comentou que “o Dr. Carlos Carreiras deve estar a confundir o Dr. Manuel Machado com as anteriores presidências da Associação Nacional de Municípios”.

“Se acha que era assim devia ter tomado posição, acho muito estranho tomar posição agora, que vai perder o lugar no conselho geral para o Álvaro Amaro”, atirou o presidente da ANA-PS, referindo-se à indicação do social-democrata que preside à Câmara da Guarda para o órgão máximo entre congressos da ANMP.

O socialista que lidera a Câmara de Vila Real estranhou Carlos Carreiras “estar quatro anos calado, aceitar tudo, concordar com tudo e vir agora fazer uma crítica” a Manuel Machado, quando tinha responsabilidade na ANMP.

O vogal do conselho diretivo salientou ainda que, durante dois anos do seu mandato, Manuel Machado lidou com um Governo liderado pelo PSD.

“O presidente Carlos Carreiras emitiu uma opinião. É a opinião dele. Não me recordo de ter ouvido essa opinião plasmada nas reuniões do conselho geral, órgão da ANMP a que ele preside, durante os últimos quatro anos”, disse apenas Manuel Machado, confrontado com as críticas pela Lusa.

Related Images:

PUBLICIDADE

PUBLICIDADE