Educação
Estudantes de Coimbra criam manifesto com as prioridades da juventude para as presidenciais de 2026
Imagem: José Machado Repdodução
A Associação Académica de Coimbra (AAC) criou um manifesto para as eleições presidenciais de 2026 com as principais preocupações da juventude e recomendações aos candidatos, com os quais pretende reunir-se.
O “Manifesto Jovem da AAC para as eleições presidenciais de 2026” foi apresentado hoje em Coimbra e será lançado assim que se iniciar o período oficial de campanha eleitoral.
PUBLICIDADE
Segundo o presidente da AAC, José Machado, o “Manifesto Jovem” é “um documento político que explana as principais preocupações da juventude portuguesa, através de uma estrutura interdimensional”.
“Pretende, de um modo objetivo e genérico, expor inequivocamente a todos os candidatos presidenciais as principais recomendações da Associação Académica de Coimbra para um Portugal com Futuro”, afirmou.
O documento contempla seis áreas: juventude, democracia e participação; ensino superior, ciência e tecnologia; habitação; empregabilidade; saúde mental e bem-estar; e clima e sustentabilidade.
“É, essencialmente, um documento que diagnostica, analisa e descreve quais as preocupações e expectativas da comunidade jovem em Portugal e não somente no espaço universitário de Coimbra”, referiu o vice-presidente da AAC António Lopes.
Nas primeiras três secções, são referidas a “necessidade de a comunidade jovem ser encarada como um agente político, as apreensões com a atual clivagem política e a polarização também do sistema político, a fraca representatividade estudantil”, assim como o aumento do custo de vida, o subfinanciamento da ciência, a crise habitacional e o “fraco cumprimento” do Plano Nacional do Alojamento ao Ensino Superior.
Com a secção da empregabilidade quer “alertar-se para um modo que tem sido repercutido” ao longo dos vários anos, de acordo com o dirigente.
“A geração mais qualificada de sempre enfrenta também, continuamente, fracas condições de atratividade laboral que provocam forçosamente emigração para o estrangeiro”, acrescentou.
Nas últimas duas secções, o documento explora a “falta de respostas estruturais e de políticas públicas a nível nacional” que permitam uma rede pública de apoio psicológico e ainda medidas com vista à proteção da biodiversidade na redução da poluição.
António Lopes assinalou que a vontade da AAC é a de que, com a entrega do documento aos candidatos presidenciais, “se gere e se inicie debates” e que se combatam o “desinteresse jovem pelo sistema político, pela política e pela fraca condição política atualmente existente”.
A AAC quer encontrar-se com os candidatos fora do espaço da associação e levar esses encontros para o mundo digital para, segundo José Machado, “alcançar de melhor modo” a academia de Coimbra.
Aos jornalistas, José Machado referiu que muito se tem falado sobre a presença de um jovem ou não no Conselho de Estado, sendo que o que preocupa a associação “é o modo como a voz estudantil e a voz jovem é integrada nas decisões”.
“Queremos que a nossa voz seja integrada nas decisões, ou seja, que não seja apenas tida em conta como algo consultivo, algo meramente cumpridor de formalidades, mas que se transponha para a realidade e que faça jus àquilo que é a nossa própria contribuição. Esse é o objetivo deste documento”, assinalou.
As eleições presidenciais estão marcadas para 18 de janeiro de 2026.
Concorrem às presidenciais 11 candidatos, um número recorde.
Os candidatos são Gouveia e Melo, Luís Marques Mendes (apoiado pelo PSD e CDS), António Filipe (apoiado pelo PCP), Catarina Martins (Bloco de Esquerda), António José Seguro (apoiado pelo PS), o pintor Humberto Correia, o sindicalista André Pestana, Jorge Pinto (apoiado pelo Livre), Cotrim Figueiredo (apoiado pela Iniciativa Liberal), André Ventura (apoiado pelo Chega) e o músico Manuel João Vieira.
Esta é a 11.ª eleição, em democracia, desde 1976, para o Presidente da República.
A campanha eleitoral decorre de 04 a 16 de janeiro.
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
