O artista plástico Manuel Moura assume ter um “excesso de imaginação”, uma virtude própria de quem pensa e sente a criação artística como parte fundamental da vida. O Notícias de Coimbra visitou o novo espaço Moura Art, que acumula as funções de galeria e ateliê. É ali que o artista trabalha diariamente, rodeado de obras e em contacto directo com o público.
A Moura Art acolhe actualmente cerca de 60 peças, entre trabalhos do próprio artista e obras de outros criadores. A grandiosidade do espaço reside na proposta de pinturas que nos retiram do estado habitual de contemplação e nos transformam em espectadores activos. Como dizia o pintor neerlandês Willem de Kooning: “O conteúdo consiste num vislumbre de alguma coisa, num encontro-relâmpago. O conteúdo é minúsculo, ínfimo”.
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A mudança para um novo endereço permitiu-lhe, finalmente, trabalhar com maior tranquilidade e abrir o processo criativo ao público. Os visitantes podem entrar, observar o artista a pintar e circular livremente pelo espaço. Ao contrário de experiências anteriores, este ateliê marca uma nova fase criativa. O artista antecipa uma transformação profunda na sua pintura, com novas abordagens, materiais e técnicas.
Conhecido pela experimentação, Manuel Moura utiliza ferramentas pouco convencionais, algumas criadas por si, como pentes e raspadores, que lhe permitem retirar camadas de tinta e criar efeitos inesperados, frequentemente confundidos com colagens. Esta constante pesquisa técnica e formal é parte essencial do seu trabalho e da sua identidade artística.
Trabalha sobretudo com acrílicos e pastel, mas prepara-se para regressar à pintura a óleo, uma técnica que aprecia pela profundidade e riqueza das camadas, apesar das exigências técnicas e do tempo de secagem.
No momento estão expostas obras de 22 artistas portugueses e estrangeiros, entre os quais Pedro Olaio Filho, Alfredo Luz, Andrzej Gudański e S. Ramos. Este número terá um aumento significativo nos próximos meses, com a entrada de novas obras e de outros nomes. Apesar dessa renovação constante, Manuel Moura garante que manterá sempre algumas das suas peças em exposição, incluindo trabalhos emblemáticos, como duas obras da série “Cidades Irrespiráveis”.
Manuel Moura define-se sobretudo como um homem da técnica, alguém que aprendeu desde cedo a trabalhar com as mãos. Essa capacidade de inventar soluções reflecte-se também na própria montagem da galeria, cujo projecto, obras e adaptação do espaço ficaram a seu cargo.
Ainda assim, reconhece que a sua vertente artística vive numa tensão constante com essa racionalidade, fruto de uma imaginação que nunca pára. “Estou sempre à frente da peça que estou a fazer. Já estou a pensar na próxima”, confessa, admitindo que essa ânsia criativa o leva, por vezes, a considerar algumas obras inacabadas.
O ritmo de trabalho é intenso. “Pinto muito depressa porque tenho tudo na cabeça e no corpo inteiro. As ideias surgem a qualquer hora e essa inquietação criativa acompanha-o desde sempre”, conta.
As memórias de paisagens, cidades, rios e pessoas acumuladas ao longo de uma vida intensa e diversificada, o artista continua a transformar experiência em pintura. Para Manuel Moura, a nova galeria é um lugar vivo, onde a imaginação encontrou finalmente um espaço para se expandir.
Moura Art está localizada na Rua das Parreiras n.º 27, Cela – Coimbra. Horário de funcionamento: terça-feira a sexta-feira: das 10:00 às 18:00 – sábados: das 10:00 às 13:00. Segundas, domingos e feriados: encerrado. Contactos: 936 757 960 e-mail – mouraart.contemporanea@gmail.com / manuel.guinapo@gmail.com
Instagram: @art_by_manuel_de_moura Facebook: Manuel Moura – Portugal
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