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2025 foi um dos três anos mais quentes de que há registo 

Notícias de Coimbra com Lusa | 4 horas atrás em 30-12-2025

Imagem: depositphotos.com

As alterações climáticas, agravadas pelo comportamento humano, fizeram de 2025 um dos três anos mais quentes de que há registo, de acordo com os cientistas.

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Foi também a primeira vez que a média da temperatura em três anos ultrapassou o limite estabelecido no Acordo de Paris de 2015, que limita o aquecimento a um máximo de 1,5 graus Celsius, desde a era pré-industrial.

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Os especialistas afirmaram que manter a Terra abaixo deste limite pode salvar vidas e evitar a destruição ambiental catastrófica em todo o mundo.

A análise dos investigadores da World Weather Attribution, divulgada hoje, surgiu após um ano em que pessoas de todo o mundo foram atingidas pelos extremos perigosos causados pelo aquecimento global.

As temperaturas permaneceram elevadas apesar da presença do fenómeno La Niña, o arrefecimento natural ocasional das águas do oceano Pacífico que influencia o clima em todo o mundo.

Os investigadores apontaram que a queima contínua de combustíveis fósseis — petróleo, gás e carvão — que lançam gases com efeito de estufa para a atmosfera, contribui para o aquecimento global.

“Se não pararmos de queimar combustíveis fósseis muito, muito rapidamente, muito em breve, será muito difícil atingir esta meta” de redução do aquecimento global, alertou Friederike Otto, cofundadora da World Weather Attribution e cientista climática do Imperial College London, à agência Associated Press (AP).

Os eventos climáticos extremos matam milhares de pessoas e causam prejuízos de milhares de milhões de euros anualmente.

Os cientistas da WWA identificaram 157 eventos climáticos extremos como os mais severos em 2025, ou seja, aqueles que cumpriam critérios como causar mais de 100 mortes, afetar mais de metade da população de uma zona ou levar à declaração de estado de emergência. Desses, 22 foram analisados ao detalhe.

Estas incluíram ondas de calor perigosas, que a WWA classificou como os eventos climáticos extremos mais mortíferos do mundo em 2025.

Os investigadores afirmaram que algumas das ondas de calor estudadas em 2025 tinham 10 vezes mais probabilidades de ocorrer do que teriam há uma década, devido às alterações climáticas.

“As ondas de calor que observámos este ano são eventos bastante comuns no nosso clima atual, mas seriam quase impossíveis de ocorrer sem as alterações climáticas induzidas pelo homem”, frisou Otto.

Já a seca prolongada contribuiu para incêndios florestais que devastaram a Grécia e a Turquia. Chuvas torrenciais e inundações no México mataram dezenas de pessoas e deixaram muitas outras desaparecidas. O supertufão Fung-wong atingiu as Filipinas, obrigando à retirada de mais de um milhão de pessoas. As chuvas das monções castigaram a Índia com inundações e deslizamentos de terra.

A WWA realçou que os extremos climáticos cada vez mais frequentes e severos ameaçam a capacidade de milhões de pessoas em todo o mundo de responder e adaptar-se a estes eventos com aviso prévio, tempo e recursos suficientes, a que os cientistas chamam “limites de adaptação”.

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