O presidente da Câmara de Miranda do Corvo garantiu hoje que o sistema de ‘metrobus’ que começou a servir o concelho não está a conseguir dar resposta à procura e pediu um aumento da frequência dos autocarros.
Miranda do Corvo e Lousã, que começaram a ser servidas pelo ‘metrobus’ (autocarros elétricos articulados em via dedicada) há cerca de duas semanas, têm registado uma afluência maior face àquela que seria esperada pelo sistema, com relatos de autocarros sobrecarregados e de pessoas que ficam apeadas em estações.
PUBLICIDADE
“A forma como o sistema está montado não consegue dar resposta à população como deveria dar. O problema maior tem sido ao fim de semana quando, com a escassez de horários e várias pessoas a aproveitarem o sistema para ir passear, [o Sistema de Mobilidade do Mondego] não está a dar resposta”, disse à agência Lusa o presidente da Câmara de Miranda do Corvo, José Miguel Ferreira (PSD).
Segundo o autarca, há pessoas “que chegaram a estar três horas à espera sem outra alternativa para vir até Miranda do Corvo”.
José Miguel Ferreira disse que a situação acontece sobretudo ao fim de semana, mas também se sente alguma sobrecarga nas horas de ponta durante a semana.
“Compreendemos que é um sistema muito recente. O período de gratuitidade e o facto de ser novidade inflama a procura, mas o sistema começou num período não letivo. A procura depois do efeito da novidade e passar a ser pago será menor, mas, quando o sistema estiver completo [e chegar aos hospitais de Coimbra], a procura até será maior”, notou.
Face a isso, o município já pediu à administração da Metro Mondego um aumento de frequência do sistema ao fim de semana e a possibilidade de horários diretos durante a semana, em hora de ponta, como acontecia no tempo em que o concelho era servido pela ferrovia.
“O sistema está a parar em 50 estações e, em alguns sítios, para mais vezes do que o número de habitantes que o lugar tem. Não faz sentido. Deveria haver, além do que existe agora, serviços mais diretos, parando apenas na Lousã e Miranda do Corvo, para tornar até a viagem mais rápida e dar resposta nas horas de ponta”, defendeu, recordando também que as antigas automotoras que serviam o ramal da Lousã tinham maior capacidade.
Para José Miguel Ferreira, é importante uma rápida adaptação e melhoria do sistema, já que “não há uma segunda oportunidade para uma boa primeira impressão”.
Também o presidente da Câmara da Lousã, Victor Carvalho (PSD), já apresentou junto da Metro Mondego “algumas recomendações”, nomeadamente a possibilidade de “avaliar transportes diretos com menos paragens”, em determinados horários.
Apesar de também ter ouvido relatos de autocarros sobrecarregados, o autarca considerou que é preciso contextualizar o atual momento, dando “o benefício da dúvida à Metro Mondego”.
“O sistema entrou em funcionamento há cerca de dez dias. Há uma curiosidade natural das pessoas, o que sobrecarrega o sistema”, disse, referindo que irá esperar pelo arranque da operação comercial e o fim da gratuitidade, em 01 de janeiro, para perceber se a operação está desajustada face à procura.
O Sistema de Mobilidade do Mondego serve Coimbra, Lousã e Miranda do Corvo, através de autocarros elétricos a circular em via dedicada, esperando-se que em 2026 fique a funcionar na plenitude, com a conclusão das linhas que servem a estação de comboios de Coimbra-B e os hospitais.
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
