A dieta nórdica, tradicional nos países do norte da Europa, como a Dinamarca, a Noruega, a Suécia, a Finlândia e a Islândia, está a ganhar destaque científico pelos seus benefícios para a saúde, incluindo a redução do risco de doença cardíaca, cancro e morte prematura.
Baseada no consumo de alimentos locais e sazonais, a chamada “nova dieta nórdica” foi desenvolvida em 2004 por um grupo de nutricionistas, cientistas e chefs, com o objetivo de promover a saúde, o sabor e a sustentabilidade ambiental. O padrão alimentar é frequentemente comparado à dieta mediterrânica, sendo descrito por especialistas como a sua “versão de clima frio”.
Um conjunto de 47 estudos analisados e publicados na edição de Outubro de 2025 do European Journal of Nutrition concluiu que as pessoas com maior adesão à dieta nórdica apresentaram menos 22% de risco de morte prematura por qualquer causa, menos 16% de risco de morte por doença cardiovascular e menos 14% de risco de morte por cancro, em comparação com quem seguia menos este padrão alimentar.
Segundo especialistas, os benefícios devem-se à elevada ingestão de alimentos anti-inflamatórios e ricos em antioxidantes, bem como ao consumo de fibras e gorduras saudáveis. “É uma dieta de alta qualidade, que promove longevidade e vitalidade”, afirma David L. Katz, especialista em medicina preventiva.
A dieta nórdica é maioritariamente de base vegetal e inclui frutas — com destaque para bagas como mirtilos, framboesas e arandos —, tubérculos, legumes crucíferos, cereais integrais como centeio, cevada e aveia, peixe gordo (salmão, arenque, sardinha e cavala), leguminosas, frutos secos e sementes. Os lacticínios magros, como o skyr e o kefir, também fazem parte deste regime, enquanto carnes magras e ovos são consumidos com moderação. Alimentos altamente processados e ricos em açúcar são evitados, mas não totalmente excluídos.
Estudos adicionais associam a dieta nórdica a menores riscos de AVC, diabetes tipo 2, colesterol elevado e doença hepática gordurosa não alcoólica. Investigações recentes indicam ainda melhorias na qualidade do sono, no desempenho físico em idades mais avançadas e no controlo do peso corporal.
Para além dos benefícios para a saúde, este padrão alimentar é considerado mais sustentável do ponto de vista ambiental, uma vez que privilegia alimentos de produção local e vegetal, com menor pegada carbónica. Especialistas sublinham ainda que muitos dos seus ingredientes são acessíveis e económicos, como os tubérculos, as leguminosas e o óleo de colza.
Os nutricionistas defendem que a dieta nórdica pode ser adaptada a diferentes regiões e estilos de vida, mesmo fora do norte da Europa, desde que se mantenha o foco em alimentos integrais e minimamente processados.
“Independentemente da forma como é adaptada, comer bem traduz-se em mais anos de vida e mais qualidade nesses anos”, concluem os especialistas.
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