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As tradições de Natal mais estranhas do mundo

NOTÍCIAS DE COIMBRA | 2 horas atrás em 25-12-2025

Imagem: DR

O Natal é celebrado em mais de 160 países e, mesmo onde o cristianismo não é a religião dominante, a data ganhou um significado cultural próprio. Essa diversidade reflete-se em tradições que variam entre o simbólico, o curioso e, nalguns casos, o verdadeiramente insólito.

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Portugal não foge à regra. Em algumas regiões do país, mantém-se o costume de deixar lugares vazios à mesa da consoada, simbolicamente reservados aos familiares que morreram recentemente. Noutras zonas, a tradição dita que a mesa de Natal permaneça posta durante toda a noite, como sinal de respeito e homenagem aos entes queridos já falecidos — um ritual que sublinha a forte ligação entre a quadra natalícia e a memória dos mortos.

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Mas se estas práticas podem parecer invulgares, há tradições espalhadas pelo mundo que surpreendem ainda mais. A BBC reuniu algumas das mais curiosas.

Na Catalunha, em Espanha, os presépios escondem uma figura pouco convencional: o caganer. Trata-se de um boneco agachado, a fazer as suas necessidades, muitas vezes representando figuras públicas como políticos ou futebolistas. Apesar da aparência provocadora, o costume remonta ao século XVIII e simboliza fertilidade e prosperidade. Para as crianças, é também um jogo: encontrar o caganer escondido entre as figuras do presépio.

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Nos Estados Unidos, sobretudo na região centro-oeste, algumas famílias mantêm a tradição do Weihnachtsgurke, o “pickle de Natal”. Um enfeite em forma de pepino é escondido na árvore e a primeira criança a encontrá-lo recebe um doce. Apesar de ser atribuída a origens alemãs, a maioria dos alemães nunca ouviu falar deste costume.

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No Japão, onde a maioria da população é budista ou xintoísta, o Natal ganhou um sabor muito particular: frango frito. Cerca de 3,6 milhões de famílias fazem questão de encomendar refeições especiais em cadeias de fast-food, sendo necessário reservar com dias — ou até semanas — de antecedência devido à elevada procura.

Na Rússia, Ucrânia e noutros países de tradição cristã ortodoxa, o Natal é celebrado a 7 de janeiro, seguindo o calendário juliano. A diferença de 13 dias em relação ao calendário gregoriano explica porque a data não coincide com o 25 de dezembro.

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Na Islândia, mais de metade da população afirma acreditar em duendes. Durante o período natalício, os chamados Yule Lads visitam as crianças, deixando prendas em sapatos colocados nas janelas.

Já na cidade sueca de Gävle, uma cabra gigante de palha é erguida todos os anos desde 1966. O problema é que incendiar a escultura tornou-se uma tradição não oficial: a cabra já foi destruída dezenas de vezes, obrigando as autoridades a reforçar a vigilância.

Na Venezuela, o Natal também se celebra com rodas… literalmente. Em alguns bairros, após a missa, as ruas são fechadas ao trânsito para permitir que crianças e adultos patinem, andem de bicicleta ou de skate nas chamadas patinatas.

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Na República Checa, a noite de Natal serve ainda para prever casamentos. Mulheres solteiras atiram um sapato por cima do ombro: se cair com a ponta virada para a porta, o casamento estará próximo.

No México, a cidade de Oaxaca celebra o Dia do Rabanete, a 23 de dezembro, com esculturas feitas deste legume — incluindo presépios — numa exposição que atrai milhares de visitantes.

Por fim, na Áustria, o espírito natalício ganha contornos assustadores com o Krampus. Pessoas mascaram-se desta criatura demoníaca para assustar crianças, numa tradição que antecede o Natal e substitui, para muitos, o Halloween.

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Entre rituais de memória, superstições, comida improvável e figuras assustadoras, uma coisa é certa: o Natal é uma celebração global, mas vivida de formas surpreendentemente diferentes.

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