Ouvir ou sentir o maxilar a estalar é uma situação comum e, na maioria dos casos, não representa motivo de preocupação. No entanto, quando este fenómeno se torna frequente ou é acompanhado por dor, dificuldade em mastigar ou em abrir a boca, pode indicar um problema de saúde que merece atenção médica.
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Segundo especialistas, os estalos estão geralmente associados a alterações no funcionamento da articulação temporomandibular (ATM), responsável por ligar a mandíbula ao crânio. Em alguns casos, esta disfunção pode evoluir para uma disfunção temporomandibular (DTM), uma condição que exige avaliação clínica.
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De acordo com a rede de saúde CUF, quando a situação é persistente, os tratamentos podem incluir a utilização de placas oclusais, sessões de fisioterapia, ou, em alguns casos, o recurso a relaxantes musculares.
Os estalos surgem devido a interrupções no movimento normal da ATM, muitas vezes causadas pelo deslocamento de um disco de cartilagem que passa a mover-se de forma irregular. As causas são geralmente multifatoriais e incluem: traumatismos na mandíbula, patologias articulares, bruxismo (apertar ou ranger os dentes) e tensão muscular e emocional.
A instabilidade emocional e o stress desempenham um papel importante neste problema. Um estudo publicado no Journal of Oral Rehabilitation confirma a associação entre níveis elevados de stress e o bruxismo, comportamento que sobrecarrega a articulação mandibular.
Alguns comportamentos do dia a dia podem agravar o problema, nomeadamente mascar pastilhas elásticas em excesso, o que provoca fadiga muscular, e má postura, como apoiar frequentemente o queixo na mão, podendo desalinhar a mandíbula.
Os especialistas alertam para a necessidade de avaliação clínica em caso de dor persistente na mandíbula ou no rosto, dificuldade em abrir ou fechar a boca, sensação de bloqueio nos movimentos e inchaço facial.
Para reduzir o risco de agravamento, os profissionais de saúde recomendam reduzir o stress para evitar o bruxismo, evitar alimentos que exijam mastigação excessiva, como pastilhas, gomas ou caramelos, evitar alimentos duros, como nozes inteiras ou gelo e praticar exercícios de relaxamento da mandíbula, abrindo e fechando a boca suavemente, mantendo a língua apoiada no céu da boca.
Na maioria dos casos, o tratamento é conservador e não cirúrgico, incluindo fisioterapia, dispositivos orais e, em situações específicas, injeções semelhantes às de Botox para aliviar a tensão muscular. Apenas nos casos mais graves poderá ser necessária intervenção cirúrgica para corrigir problemas estruturais.
Se os estalos persistirem, os especialistas recomendam procurar uma consulta de oclusão, área da odontologia dedicada ao diagnóstico e tratamento das disfunções da articulação mandibular.
Compreender as causas do problema é o primeiro passo para evitar complicações e melhorar a qualidade de vida.
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